O golo que Renato marcou em Alvalade e Augusto Duarte e António Neiva não viram fica para já como o maior erro de arbitragem da Liga 2005/06.
Daí não viria problema de maior (algum teria de o ser...) se não fosse outra vez um lance que poderia ter sido resolvido com o recurso a meios tecnológicos.
Este facto, só por si, vai reabrir a discussão. O que também não é necessariamente mau, porque a própria FIFA anda a testar sistemas que possam tornar o futebol mais um jogo com menos erros daquele tipo. E todas as opiniões e exemplos podem ser úteis.
O futebol será sempre, entre outras coisas, um jogo de erros e se todos os intervenientes forem honestos, no final do campeonato o acaso encarregar-se-á de acertar as contas. Ou seja, não gastaria um euro em chips.
Sempre que casos destes sucedem, a pergunta que me inquieta não tem a ver com questões tecnológicas ou com o recurso à televisão. Em meu entender, a dúvida é mais funda: estarão estes árbitros preparados para o que lhes pedimos?
Se perguntarem aos próprios, muitos deles serão os primeiros a reconhecer que não, muitas vezes não estão. Árbitros e assistentes fizeram um mini-curso de pré-temporada na Covilhã e que se saiba, nove jornadas depois, nunca mais se juntaram para avaliar o trabalho feito, os critérios utilizados.
Esta noite a «culpa» é de António Neiva, de Augusto Duarte e do chip que nunca mais aparece. Sem querer ofender o pasteleiro que também é bandeirinha, acho que também devíamos colocar outra pergunta: e se ele simplesmente não estiver preparado para aquela função?
Caso isso suceda, a culpa só pode ser nossa, que exigimos de mais a uma pessoa que, desesperada, coça intensamente o olho depois de suspeitar que não foi capaz de ver o que todo o país viu. Como pesadelo, é pior do que passear de pijama e chinelos à chuva no Rossio, em hora de ponta. Até porque aconteceu mesmo.