O árbitro português Olegário Benquerença colocou de parte as diferenças e apelou à pacificação do setor da arbitragem, sob pena de, mais cedo ou mais tarde, assistirmos a alguma catástrofe.

«Apesar de todos os apelos e esforços, continuamos a assistir a ataques cobardes e a campanhas intimidatórias. Este não é um problema do clube A ou B. A história tem demonstrado que os comportamentos se têm generalizado, sem que as entidades punam severamente os pirómanos do nosso futebol. Urge tomar medidas ainda mais severas e dissuasoras nestes comportamentos, sob pena de virmos a assistir num futuro próximo a alguma tragédia irreparável», alertou o árbitro, de 45 anos, que perdeu as insígnias da FIFA por limite de idade.

O juiz, da Associação de Futebol de Leiria, recordou os acontecimentos do passado fim de semana [com João Capela no Funchal] para, depois, centrar a sua atenção nas dificuldades que afetam os árbitros não dos escalões não profissionais.

«É fundamental que se tomem medidas para evitar este tipo de comportamentos. O problema, nas competições profissionais, é residual, mas nas regionais é semanal. Todas as semanas há árbitros agredidos em Portugal. E muitas vezes são agredidos não pela sua prestação, mas por cabeças inflamadas que descarregam naquele desgraçado que está ali sem condições e sem proteção».