A federação argentina (AFA) admite que a decisão de criar um novo formato para o campeonato foi impulsionada pela queda do River Plate para a segunda divisão nesta última temporada.

«Se o River não tivesse descido, isto não teria sido decidido. É uma medida que beneficia o Boca e o River, mas que também fará com que Quilmes, Rosário, Racing, San Lorenzo e tantos outros possam estar na elite», confessou Cherquis Bialo, porta-voz da AFA, à Rádio Cooperativa.

A justificação avançada pelo dirigente foi a existência de «uma sociedade que põe o dinheiro no negócio e clubes que dele necessitam». Mas não só. «E também existe um Estado preocupado, porque paga cem milhões de euros e quer, como sempre um patrocinador deseja, que os melhores estejam em campo», acrescentou.

O River é um gigante, com cerca de oito milhões de adeptos e, em ano de eleições, o Governo de Cristina Kirchner não parece estar disposto a ter o clube de Buenos Aires a ter de lutar pelo regresso à liga principal. E é, igualmente, ano de eleições na federação.

Face ao cenário de despromoção do River, a AFA só tinha dois caminhos, segundo Bialo: «Um seria anti-desportivo, que era decretar quem cairia e quem subiria. O outro seria agregar todos para garantir que os melhores actores estejam na tela.»

Este novo formato será constituído por 38 equipas, 20 da Primeira Divisão, 16 da Nacional B, o campeão da Primeira B e o vencedor do Torneio Argentino A e deverá arrancar já em 2012.