Arménio é um nome desconhecido para a maioria, e apesar de ser futebolista é na musica que atualmente tenta dar cartas. Nascido em Vila Real, há 28 anos, o guarda redes do Fernão Magalhães da A.F. Vila Real, prossegue o sonho de ter sucesso na outra paixão da sua vida.

Neste sábado, o guardião-cantor participará na final portuguesa do Festival da Canção. Trocará a baliza por «um poema na bagagem», ao estilo de Julio Iglesias ou o português Neno.

O gosto pelo futebol e pela música surgiram praticamente ao mesmo tempo. Aos 5 anos, Arménio Pimenta começou a jogar futebol em clubes da terra. A música surgiu por influência do irmão, com bandas filarmónicas e de garagem e através de programas na televisão a criarem no pequeno Arménio outro amor. Foi com 9 anos que passou ter formação musical, mas isso não fez com que desistisse do futebol.

Concorrência não permitiu seguir o sonho

Foi no Sporting que Arménio viveu o maior sonho futebolístico: jogar com a camisola de um grande.

«Posso dizer que vivi aquele sonho de menino, mas infelizmente não cheguei a sénior. Foram experiências em que aprendi bastante, e que apesar de curtas, posso dizer que me senti realizado» admitiu, ao Maisfutebol.

Arménio Pimenta fez a formação no Sporting com a companhia de jogadores como Custódio, Quaresma, Beto, Lourenço e Hugo Viana. É do atual médio do Sporting de Braga que Arménio guarda mais recordações. O fim das equipas B e a concorrência não permitiram ter sucesso nos leões.

«A concorrência do Beto e do Alemão era forte. Quando acabaram com as equipas B terminou o sonho», explica.

Por essa altura, as suas cantorias já eram habituais. «Sim, sempre foi uma das coisas que fiz, para animar o balneário. Diziam-me sempre, canta aquela musica, mesmo que as derrotas não ajudassem, servia para animar». Arménio viria a terminar a formação no Belenenses, pondo um ponto final na aventura por clubes profissionais.

Chegar à Europa pela música, não pelo futebol

A vida que se seguiu foi divida entre os palcos e os relvados. Passou pelo Murça antes de chegar ao Fernão Magalhães, onde foi convidado a «manter a forma e matar o bichinho da bola». Contudo, antes do regresso, abandonou as luvas e passou para os palcos. Arménio participou nos festivais «Jesus Cristo Superstar» e «Piaf» de Filipe La Féria, bem como nos castings dos «Ídolos» e no programa «A Voz de Portugal».

Arménio garante que não é gozado nos relvados pela sua ligação umbilical à música.

Agora é a vez do Festival da Canção, onde o sonho de ganhar e representar Portugal na Europa está bem vivo. «As expetativas são boas, a música é boa. Estou a divertir-me a viver um sonho. Claro que gostava de ganhar. Mas estar lá já é bom, concorrer é gratificante. As outras musicas também têm o seu potencial, mas eu espero ser o escolhido, pelos votos e pelo júri distrital», comentou.

Se tiver sucesso no palco volta a deixar o futebol, pois a idade e a falta de oportunidades já não o fazem acreditar em mais sucesso nos relvados. Mas ficaria triste se tivesse que abandonar uma das áreas, onde se encontram algumas semelhanças: «Tanto uma com a outra necessitam de descanso, e ambas requerem algumas qualidades físicas. É importante fazer uma pausa, ter uma boa alimentação, ingerir bastantes líquidos...»

Eis Arménio, o guardião-cantor.