«A primeira coisa que me lembro do Rui Costa é de um miúdo humilde, disciplinado, com uma técnica espantosa, apesar de fisicamente não ser muito forte.» Foi há mais de 25 anos, mas Arnaldo Teixeira, de respeitosa idade, o segundo treinador que o médio conheceu na Luz, lembra-se como se fosse hoje.
«Tenho tantas recordações... Cheguei a pô-lo a defesa central e era o melhor, depois a médio centro e era o melhor, cheguei a colocá-lo a ponta-de-lança e foi, realmente, o melhor dos infantis. Era um miúdo que gostava de treinar. Mesmo depois de um treino forte, ele e o Brassard vinham sempre pedir para treinar mais dez/quinze minutos», prosseguiu o ex-técnico, que continua, contudo, a servir o Benfica.
Por tudo o que testemunhou, foi sem esforço que Arnaldo Teixeira adivinhou o sucesso que abraçaria a carreira de Rui Costa. A previsão enche-o de orgulho, ainda hoje. «Realmente, sem querer, previ. No final de um jogo com o Atlético da Pontinha, disse-lhe: se continuares com essa disciplina e a treinar com essa vontade vais ser um grande jogador
Rui Costa é, sem dúvida, para o seu antigo treinador, «um símbolo actual», daqueles que aparecem de vez em quando e que «têm dado força ao Benfica para ser o maior clube de Portugal».
No dia em que o médio festeja 36 anos de vida e que deverá culminar com o fim da carreira de jogador, Arnaldo Teixeira preferia que fosse o aniversariante a presenteá-lo. «Gostava de pedir-lhe para jogar mais uma época, pois física e tecnicamente tem capacidade para fazê-lo. Assim como lhe teria pedido para jogar mais uma ou duas na selecção, porque, infelizmente, não temos melhor que o Rui Costa na Selecção Nacional», defendeu.
Mas qualquer que seja o caminho escolhido por Rui Costa, o mais importante é «que seja feliz». «Eu continuo com ele desde que entra em campo, desde que apareceu no Benfica com 11 anos.»
Este texto faz parte do Especial do Maisfutebol dedicado a Rui Costa, publicado durante este sábado.