O V. Guimarães está, definitivamente, talhado para jogar fora de casa. Este domingo, conquistou a quarta vitória fora do berço, onde conta apenas com uma, e aproximou-se dos lugares europeus. Foi a melhor resposta possível depois do empate caseiro com o Belenenses e, já agora, também depois da derrota com o Lyon.

Os minhotos confirmaram o estatuto de terceira melhor defesa com que entraram no jogo, mas foi no ataque que fizeram a diferença, aproveitando bem os deslizes da equipa da casa, decididamente a precisar de ir à bruxa… ou de outra coisa.

Com efeito, os arouquenses, como noutras ocasiões, entraram bem na partida, estavam a criar perigo  (Nuno Coelho atirou à barra) e a merecer colocar-se em vantagem quando, numa jogada rápida dos vitorianos, deram demasiado espaço a Tomané na área, permitindo-lhe rodar e fazer o remate vitorioso. A bola ainda bateu em Diego. Má abordagem defensiva, cruzada com algum azar. Tem sido a tónica do recém-promovido à liga principal.

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O golpe desorientou a equipa da serra da Freita, que viu o adversário ganhar peito e acertar, por fim, nos movimentos atacantes. Numa dessas jogada, Marco Matias irrompe pela esquerda, Miguel Oliveira tenta travá-lo, mas acaba por tocar no pé de apoio do extremo, e este cai em plena área.

Olímpio não desperdiçou a grande penalidade, pese estirada a meritória de Cássio (ainda tocou na bola), e os vimaranenses alcançavam uma vantagem mais folgada, num assomo de eficácia. Com o intervalo ao virar da equipa, era o melhor que Rui Vitória podia desejar.

Pedro Emanuel resolveu não mexer na equipa no início da segunda parte, mesmo com o resultado em 0-2, mas fez reajustamentos táticos, para subir mais unidades. Serginho, o tal suplente mais utilizado do campeonato, que foi titular pela primeira vez, passou a jogar junto do ponta-de-lança Roberto, por exemplo.

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Não tardou, por isso, que Lassad, o único homem de área do banco, fizesse a sua aparição em campo, numa estreia absoluta para o ex-Celtic, que foi inscrito pelos arouquenses de imediato por se encontrar livre. Também o extremo André Claro foi lançado na tentativa de bater a defesa minhota.

Enquanto isso, os homens de Rui Vitória faziam por gerir a vantagem, sem exageros, e um olho no contra-ataque, aproveitando o balanceamento dos da casa. O Arouca tentou tudo, contrabalançou a equipa toda no ataque, mas faltava discernimento para tomar as melhores decisões.

Foi preciso então apelar ao sofrimento no seio dos conquistadores para aguentar as avalanchas de ataque «canarinho». Roberto esteve perto do golo, mas atirou fraco. Lassad andou por ali, a tentar a sorte. Mas não resultou.

Para os arouquenses, foi o nono jogo consecutivo sem ganhar e o risco de cair para o último lugar da tabela, caso o Paços consiga vencer nesta jornada o que, diga-se, com um jogo na Choupana, se afigura difícil, mas não impossível.