Cédric Soares, de 30 anos, é um dos jogadores mais velhos e também experientes do Arsenal. Em 2022/23, o lateral-direito parte para a quarta época no clube ao qual chegou em janeiro de 2020, oriundo do Southampton. Em 2021/22, época em que fez 26 jogos e um golo, o ex-Sporting e Académica viveu o difícil início de época do clube, com três derrotas nas primeiras jornadas da Premier League. Houve depois boas sequências de resultados, mas também altos e baixos numa época que culminou com a perda do quarto lugar e consequente acesso à Champions para o Tottenham na reta final. Pela segunda vez nas últimas oito épocas, o Arsenal também não conseguiu qualquer título, numa campanha marcada pela primeira ausência, desde 1994/95, das competições europeias.

Em paralelo, uma temporada marcada por algo diferente no seio do Arsenal. As câmaras estiveram por todo o lado, do campo de treinos ao balneário, para as filmagens do documentário “All or Nothing: Arsenal”. Os primeiros três episódios, que repassam o mau começo do Arsenal e as visões dos adeptos sobre o treinador Mikel Arteta, vão para o ar esta quinta-feira. Ao Maisfutebol, na antecâmara deste lançamento, Cédric falou do que correu bem e mal em 2021/22, das aprendizagens e das expectativas para uma nova época que conta com reforços sonantes como Gabriel Jesus, Oleksandr Zinchenko ou o português Fábio Vieira, a quem deixa elogios.

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Esta série é sobre o Arsenal. O que pensa que faz deste clube tão especial ao ponto de fazerem uma série sobre ele?

O Arsenal é um grande clube, entendes melhor isso quando estás cá dentro. Mesmo ao viajar a qualquer parte do mundo, há sempre um fã do Arsenal, alguém que te conhece e que quer tirar uma fotografia. A dimensão do clube é grande. Claro que o Arsenal teve um período em que lutou por coisas que não correspondiam ao lugar em que devia estar, mas agora está a crescer muito, os fãs percebem isso, têm ajudado o clube e é completamente normal fazerem uma série sobre o Arsenal. É um grande clube e entendes melhor isso quando cá estás.

Como é que a equipa lidou com os primeiros maus resultados de 2021/22 e com a pressão dos adeptos?

Não tivemos um bom início, definitivamente, mas na Premier League às vezes é difícil de controlar. Durante a época, melhorámos muito, tivemos bons momentos, a equipa cresceu, ficou mais madura, tivemos boas sequências. No fim, claro que queríamos mais e quase conseguimos um lugar na Champions, mas olho para a época pela positiva. Não tivemos um bom início, mas depois tivemos boas sequências de jogos. Depois, momentos em que não tivemos bons resultados, mas a equipa continuou a trabalhar e no fim tivemos um bom momento de novo. Foi uma época positiva, a equipa cresceu. Tínhamos uma equipa jovem, estou certo de que todos ficaram mais experientes. Espero que este ano aprendamos e que estejamos mais preparados.

Cédric Soares com Diogo Jota no Arsenal-Liverpool de 2021/22, época em que fez o maior número de jogos pelos gunners desde a chegada em 2020.

Está feliz com a sua experiência no Arsenal? O que quer melhorar para esta época?

Sim. Eu também cheguei num período [2020] em que o Arsenal estava a mudar muitas coisas, adaptei-me bem, entendi completamente a ideia do treinador e o grupo no qual estou. Tenho uma boa relação com todos os colegas, a minha posição no Arsenal está mais estabelecida agora e estou contente com a forma como está a crescer. Desde que cheguei, cada época está a ser melhor a nível pessoal e espero que esta siga o mesmo caminho, a melhorar e a crescer.

Tem um novo colega português no Arsenal, Fábio Vieira. Destas primeiras semanas de trabalho, quais pensam ser as melhores qualidades dele e como é que ele pode ser sucesso no Arsenal?

Eu já conhecia o Fábio. Ainda não treinei com ele, ele esteve lesionado, está a recuperar bem e a fazer progressos, mas do que eu vi dele em Portugal – e já o disse antes – é um jogador muito inteligente, com muita qualidade, tem um último passe e um pé esquerdo com muita qualidade. Estou certo de que vai adaptar-se muito bem. Claro que a liga é muito mais intensa e é diferente, é a melhor liga do mundo, mas se és inteligente consegues adaptar as tuas qualidades à liga e na nossa equipa ele vai apanhar isso rapidamente, porque taticamente também temos uma ideia clara. Todos estão a trabalhar para o mesmo, o grupo é fantástico e toda a gente vai ajudá-lo a adaptar-se à liga e ao clube.

É um grupo jovem. Quem vê como os líderes do grupo agora e nos próximos anos?

Temos uma equipa jovem, mas jogadores com muita experiência. Claro que os mais velhos têm mais experiências, mas mesmo os mais novos já viveram muito: há mais responsabilidades e vão ficar mais líderes no futuro. Temos o Granit, o Thomas [Partey], eu, o Rob [Holding] que já está no grupo há muito tempo e conhece bem o Arsenal e o Martin [Odegaard], que é novo, mas uma pessoa madura [ndr: entretanto o norueguês foi nomeado capitão do Arsenal para 2022/23]. O grupo tem bons jogadores e pessoas a ajudarem-se pelo mesmo objetivo.