O clássico, repleto de erros, golos e emoção, deixou à vista algumas das limitações atuais de Benfica e F.C. Porto. Fragilidades que Jorge Jesus e Vítor Pereira não conseguiram disfarçar. Pelo menos não durante todo o tempo.

No Benfica foi inexplicável o facto de Jorge Jesus ter demorado quase 70 minutos a perceber que Matic era de menos. Apesar da exibição espantosa. Enzo fez um jogo lamentável, trocá-lo foi um primeiro passo, que já deveria ter sido dado antes. Mas ainda foi pouco. Só a troca de Lima, inexistente, por Aimar permitiu que, verdadeiramente, a equipa da casa equilibrasse a luta.

Matic tem sido um jogador essencial, mas talvez fosse tempo de Jesus confessar que a alternativa Enzo não é ponto de partida para construir alguma coisa. As limitações naquela zona continuam, meses depois da saída de Javi Garcia e Witsel. André Gomes e André Almeida pelos vistos só são «aposta» quando não há mais ninguém. Carlos Martins e Aimar suscitam sempre dúvidas sobre a capacidade física que realmente possuem.

Do lado do F.C. Porto foi notória a dificuldade para fazer mais alguma coisa na frente. Jackson é enorme, mas sem James a equipa perde muito, até porque Atsu está longe e nem Kléber está disponível. Seria necessário um Varela ao melhor nível, coisa que raramente tem sido vista esta temporada.

Na Luz, o treinador portista deu prova de (ainda?) acreditar pouco em Kelvin e nos miúdos da equipa B. E em Izmailov, já agora. Preferiu durante tempo de mais a tranquilidade de ter Defour a ajudar no meio à possibilidade de arriscar e tentar ganhar. Na verdade, o treinador do F.C. Porto não fez nada para vencer. Fez um golo de livre e recebeu uma oferta. Perante um adversário que lhe permitiu o controlo da bola até aos 75 minutos, terminou a colocar um defesa e um médio centro, para segurar o 2-2.

Claro que apesar das limitações que este clássico demonstrou, Benfica e F.C. Porto são muito mais fortes do que todos os outros. E a luta será entre eles.