Na véspera do arranque do Benfica na fase de grupos da Liga dos Campeões, edição 2013/2014, Jorge Jesus, o treinador do Benfica, apontou os dez pontos como meta que deverá garantir o apuramento para os oitavos-de-final da prova.

«Nós sabemos, agora que temos alguma experiência de Champions, que em princípio quem faz dez pontos tem possibilidade de se apurar», comentou o técnico benfiquista, na conferência de Imprensa de lançamento do jogo com o Anderlecht.

Declarações Jorge Jesus

Terá razão o treinador do Benfica nesta ideia?

O Maisfutebol consultou, ao pormenor, o histórico das pontuações dos grupos, desde que a Liga dos Campeões tem este sistema de disputa.

Conclusões? Quem consegue pelo menos dez pontos geralmente passa, mas houve nove situações em que isso não aconteceu.

As nove exceções, que iremos especificar nos quadros em baixo, não retiram, no entanto, pertinência à observação de Jorge Jesus.

É que até há vários exemplos de apuramento com nove pontos, com oito e até com sete pontos.

Ter nove pontos, com muita frequência, chegou para passar, mas nem sempre. Um desses exemplos foi, em 2011/12, precisamente no grupo ganho pelo Benfica, com 12 pontos, tendo o Basileia com 11 pontos. O Manchester United, com nove, foi relegado para a Liga Europa. Outro caso em que nove pontos não chegaram aconteceu com o Sp. Braga, em 2010/11.

Mas focando-nos, então, nos casos de quem conseguiu dez pontos: em sete épocas diferentes, num total de nove episódios (em 2004/05 e 2012/13 aconteceu em dois grupos diferentes) ocorreram casos de equipas que somaram dois dígitos e, mesmo assim, ficaram pelo caminho na Champions.

Parecem muitas exceções, mas tendo em conta que há oito grupos todos os anos (e que entre 1999 e 2003 se disputaram duas fases de grupos), nove exceções são pequena minoria na tendência geral.

Condição para ocorrer essa exceção a essa tendência geral: que o último classificado do grupo não ganhe qualquer jogo. Até houve um caso em que o quarto classificado não somou qualquer ponto (Villarreal, 2011/12).

Quando o último soma apenas um ou dois empates, a probabilidade do terceiro ter dez pontos também é considerável.

Algumas tendências curiosas: grupos com o terceiro a ter dez pontos tiveram por três vezes o Real Madrid (1999/2000, 2002/2003, 2004/2005) e duas vezes o Monaco, o Bayern Munique, o Chelsea e o Corunha.

AS NOVE EXCEÇÕES À REGRA DOS 10 PONTOS

1999/2000

(segunda fase de grupos)

Grupo C

1.º Bayern Munique 13 pontos

2.º Real Madrid 10 pontos

3.º Dínamo Kiev 10 pontos

4.º Rosenborg 1 ponto

2002/2003

1.º Milan 12 pontos

2.º Real Madrid 11 pontos

3.º Borussia Dormund 10 pontos

4.º Lokomotiv Moscovo 1 ponto

2003/2004

Grupo C

1.º Monaco 11 pontos

2.º Corunha 10 pontos

3.º PSV Eindhoven 10 pontos

4.º AEK Atenas 2 pontos

2004/2005

Grupo A

1.º Monaco 12 pontos

2.º Liverpool 10 pontos

3.º Olympiacos 10 pontos

4.º Corunha 2 pontos

2004/2005

Grupo B

1.º Bayer Leverkusen 11 pontos

2.º Real Madrid 11 pontos

3.º Dínamo Kiev 10 pontos

4.º Roma 1 ponto

2006/2007

Grupo A

1.º Chelsea 13 pontos

2.º Barcelona 11 pontos

3.º Werder Bremen 10 pontos

4.º Levski Sofia 2 pontos

2011/2012

Grupo A

1.º Bayern Munique 13 pontos

2.º Napoles 11 pontos

3.º Manchester City 10 pontos

4.º Villarreal 0 pontos

2012/2013

Grupo E

1.º Juventus 12 pontos

2.º Shakhtar Donetsk 10 pontos

3.º Chelsea 10 pontos

4.º Nordsjaelland 1 ponto

2012/2013

Grupo H

1.º Manchester United 12 pontos

2.º Galatasaray 10 pontos

3.º Cluj 10 pontos

4.º Sp. Braga 1 ponto