A velocista somali Samia Yusuf Omar, que comoveu o mundo quando disputou os 200m nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, morreu numa embarcação improvisada quando tentava atravessar o Mediterrâneo em direção à Itália.
A jovem de 21 anos embarcou na Líbia em abril rumo a Itália em busca de uma nova vida e melhores condições de treino, mas morreu durante a travessia.
O treinador de Sami, Mustafa Abdelaziz, confirmou ao jornal italiano «Corriere della Sera» que a atleta embarcou em um barco clandestino para tentar chegar à Itália e continuar sua carreira desportiva. «A mãe vendeu um pequeno terreno para financiar a viagem para que ela pudesse completar o seu sonho e levar uma vida longe das guerras e da pobreza. Sabíamos que a viagem era perigosa, mas não podíamos imaginar que ela seria uma das vítimas», explicou Abdelaziz.
Em 2008, Samia, então com 17 anos, comoveu o público no estádio Olímpico de Pequim ao cruzar sozinha a linha de chegada com 10 segundos de atraso em relação à penúltima colocada da sua prova, eternizando o momento como um dos mais marcantes daquela edição dos Jogos Olímpicos.

«Foi uma experiência belíssima, levei a bandeira do meu país, desfilei com milhares de atletas do mundo», afirmou Samia em Mogadíscio, há quatro anos, logo após voltar de Pequim para o seu país natal.
A velocista, apesar de todas as dificuldades, continuou a treinar nas estruturas precárias do estádio olímpico da capital somali para poder voltar a participar dos Jogos Olímpicos.
Samia, que nasceu em 1991, sofreu com o preconceito de alguns setores da sociedade somali que não concordavam com a participação de mulheres muçulmanas em competições desportivas.