Caster Semenya regressou nesta terça-feira a Joanesburgo, na África do Sul, onde foi recebida em apoteose pela população. Cartazes como «100 por cento mulher» esperavam-na à chegada ao aeroporto.
Entre a indignação do presidente sul-africano, Jacob Zuma, na recepção apoteótica à atleta e a celebração da conquista, a atleta campeã do mundo contornou a polémica sobre o seu sexo.
«Telefonei ao meu treinador e ele disse-me «tu consegues, pá» [expressão original é You can do it, man]. Lideras do princípio ao fim. Tu consegues rapariga. Assumi a liderança nos últimos 400 metros e nos 200 finais matei-as. Não conseguiram acompanhar-me e vi a medalha de ouro», contou a atleta de 18 anos.
Pouco antes da final dos 800 metros, nos Mundiais de Berlim, a IAAF confirmou que a atleta estava a realizar testes físicos, médicos e psicológicos para confirmar o seu sexo. Semenya correu 1.55,45 minutos, quase três segundos à frente da medalha de prata.
«Uma coisa é averiguar se um atleta tem uma vantagem desonesta sobre outros, outra é humilhar publicamente um atleta honesto, professional e competente», lamentou o governante, revelando que o ministro do Desporto, Makhenkesi Stofile, escreveu à IAAF dando conta do descontentamento.