O antigo velocista multimedalhado olímpico Frankie Fredericks foi suspenso provisoriamente de todos os cargos que ocupa na IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo) devido a suspeitas de quebra dos códigos de ética num caso que remonta ao processo de candidaturas para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

O caso foi denunciado em março pelo jornal francês Le Monde, que referiu na altura que o antigo atleta da Namíbia recebeu um pagamento de 300 mil dólares numa conta offshore a 2 de outubro de 2009, data em que a organização dos Jogos foi entregue ao Rio de Janeiro.

Em comunicado, o Tribunal Disciplinar da IAAF, organismo independente da Associação, refere que a sua Unidade de Integridade identificou indícios de violação aos códigos de ética no que diz respeito às razões do pagamento, à legitimidade do mesmo mediante o tipo de serviços prestado e à ligação à votação à atribuição do evento desportivo.

Frankie Fredericks, que tem vários assentos na IAAF, foi presidente da comissão de avaliação criada para inspecionar as candidaturas de Los Angeles e de Paris aos Jogos de 2024 e, enquanto membro do Comité Olímpico Internacional, teve poder de voto no processo que terminou com a atribuição do evento desportivo ao Rio de Janeiro.

Refira-se que o antigo atleta já tinha renunciado voluntariamente em março passado a dois cargos que ocupava na IAAF, entre os quais um grupo de trabalho criado com vista à reincorporação do atletismo da Rússia após o castigo aplicado na sequência da descoberta de um programa de doping apoiado pelo governo daquele país.

Com a suspensão provisória aplicada, Frankie Fredericks fica assim impedido de exercer funções nos cargos que ainda ocupava na IAAF.