Naide Gomes não vai estar presente sábado em Birmingham, na cerimónia de entrega de medalhas do salto em comprimento do Mundial de…2006. A atleta portuguesa tinha conquistado a medalha de bronze, na altura, mas entretanto a vencedora da competição, a russa Tatiana Kotova, perdeu o título por doping e a portuguesa vai agora receber a de prata, fazendo-se representar por um elemento da delegação portuguesa aos Mundiais «indoor» deste ano.
«Infelizmente não poderei estar presente, por motivos pessoais. Viva a verdade!», escreveu a antiga atleta numa mensagem publicada no Instagram, declinando assim o convite para a cerimónia de retificação do pódio daquele mundial de pista coberta, em que a portuguesa é segunda, depois de terem sido anulados os resultados da vencedora em Moscovo2006, a russa Tatiana Kotova, por doping.
Em 2013, uma reanálise a uma amostra de 2005 levou a que os resultados de Kotova em 2005 e 2006 fossem anulados, com o título de 2006 a passar para a norte-americana Tiana Bartoletta, Naide a subir um degrau e a espanhola Concha Montaner a chegar ao bronze. «Foi uma prova muito competitiva e emocionante», recorda a portuguesa. «Passado alguns anos soubemos que o pódio não era real, a vencedora, a russa Tatyna Kotova, jogou sujo, estava dopada».
Apesar de já ter encerrado a carreira, Naide Gomes não esconde a satisfação pela reposição da verdade. «Se fiquei feliz com a novidade? Fiquei pois, afinal de contas a verdade veio ao de cima. Mas não é a mesma coisa, os sentimentos vividos no dia da prova poderiam ser diferentes», acrescenta ainda a antiga saltadora portuguesa.
Quanto à iniciativa da IAAF, de realizar cerimónias de entrega de medalhas no decorrer de Birmingham2018 «com o fim de repor a verdade», diz que «infelizmente não podemos voltar atrás. Mas é um começo!», destaca ainda Naide que também dá os parabéns às outas duas medalhadas, que estarão pessoalmente em Inglaterra.
Tiana Bartoletta, que vai receber a medalha de ouro, também recorreu ao Instagram para recordar a prova de 2006. «Quando alguém faz batota, é sempre mais que as medalhas ou o dinheiro que te tiram. E é sempre algo que não recuperas totalmente. Mas é um começo», destacou a atleta norte-americana.