A World Surf League (WSL) decidiu cancelar o que falta do Margaret River Pro, na Austrália, terceira etapa do circuito mundial de surf. A prova tinha sido suspensa esta terça-feira por causa da ameaça de tubarões, mas acabou por ter de ser mesmo cancelada porque «tubarões ativamente agressivos continuam na zona».

«Avaliámos a situação, conversámos com os atletas, com as autoridades locais, antes de tomar a decisão», refere a WSL em comunicado, acrescentando: «Margaret River é uma parte fantástica do mundo, mas a presença desta raça agressiva leva-nos a tomar esta decisão».

No comunicado, a WSL refere que «o surf é um desporto com vários» perigos e que «os tubarões são uma realidade ocasional em algumas competições» e lembra que «houve incidentes no passado, e é possível que surjam mais no futuro».

«As circunstâncias atuais são invulgares e problemáticas e decidimos que o risco elevado do Margaret River Pro desta época passou o limite do aceitável», disse Sophie Goldschmidt, responsável da WSL, aos jornalistas, explicando que «a segurança é a prioridade. Isto não pode ser comprometido».

A etapa é cancelada na terceira rodada e os surfistas ganham a pontuação da fase em que pararam. O português Frederico Morais foi eliminado da prova no domingo, depois de ter perdido na repescagem frente ao sul-africano Michael February, e terminou no 25.º lugar.

Recorde-se que dois surfistas foram atacados, um dos quais, aparentemente, por um tubarão branco com quatro metros, na manhã desta segunda-feira, na praia de Cobblestones, em Gracetown, muito perto da área onde está a ser disputada a prova.

A primeira vítima foi um surfista mordido na perna às oito da manhã. Ainda conseguiu apanhar uma onda e chegar à praia, onde os amigos lhe prestaram os primeiros socorros, até ser hospitalizado.

Cerca das 14:30, outro surfista foi atacado numa praia próxima. O homem afirmou ter sido atacado por um grande tubarão branco de 4 metros de comprimento. Conseguiu empurrá-lo, após o animal ter mordido a sua prancha e conseguiu voltar à praia, onde foi assistido por equipas médicas a escoriações ligeiras.

Assim, a organização decidiu inicialmente suspender a competição esta terça-feira e avaliar se poderia voltar a ser retomada, lembrando que «a segurança dos surfistas e primordial». Mas a presença dos tubarões na área mostrou que era inviável voltar à competição.

Após os três campeonatos na Austrália, o circuito vai regressar entre 11 e 20 de maio, com o Oi Rio Pro, no Rio de Janeiro, no Brasil.