Para todo e qualquer entusiasta do fenómeno-futebol, o Campeonato do Mundo é o expoente máximo da glorificação da modalidade. De quatro em quatro anos, o fervor patriótico mistura-se com a magia exalada pelos melhores jogadores do planeta. Os estádios do torneio polvilham-se de cor, as holas sucedem-se, os sonhos do título rejuvenescem.
É nesse período que a venda das cadernetas de cromos atinge o seu boom. Os coleccionadores, sôfregos por novas caras, voltam a sentir a adrenalina presente num simples rasgar de carteirinhas.
Nelas, novos e velhos, estrelas ou anónimos, todos jogadores de futebol, todos com um espaço à espera de ser preenchido na caderneta.
Alguns têm reserva assegurada, surgem pela segunda ou terceira vez. São os mais experientes, os repetentes, os que já viveram a experiência anterior de estar num Mundial. Não é apenas uma questão de idade mas, para este trabalho, o Maisfutebol foi à procura desses nomes mais batidos, com 35 anos ou mais e que estiveram no Alemanha 2006.
Conclusão evidente: a grande maioria dos atletas são guarda-redes. Entre os 22 nestas condições, 12 ocupam essa posição. Tivemos, por exemplo, nomes como Kahn e Lehmann, ambos alemães, ambos com 37 anos. Mas o cromo mais velho foi o tunisino Ali Boumnijel, que jogou nos relvados da Alemanha com 40 primaveras completadas. Foi a terceira vez que surgiu nas cadernetas do mundial.
O «eterno» Cafú e sete defesas centrais
Depois, encontramos um lateral direito (o «eterno» Cafú) e sete defesas centrais. Ou seja, no Campeonato do Mundo da Alemanha, apenas dois jogadores, com 35 anos ou mais, não eram guarda-redes ou defesas.
O nome das duas ilustres excepções: Russell Latapy, ex-jogador do F.C. Porto e Boavista, médio ofensivo de Trinidad e Tobago, 38 anos; Ali Daei, ponta-de-lança iraniano, 37 anos.
Ou seja, ambos integrantes de duas das selecções mais fracas em prova. Uma estreante vinda directamente das Caraíbas e outra que tenta entrar com mais assiduidade no torneio. Nos países mais fortes, já não houve lugar para qualquer atleta desta idade no meio-campo ou no ataque.
No que respeita a extremos, nem vê-los. Luís Figo, quase com 34 anos, fez parte do exíguo lote de resistentes.
Jogadores com mais de 35 anos no último Mundial
PARAGUAI: Carlos Gamarra (defesa central, 17/02/1971)
BRASIL: Cafú (defesa direito, 07/06/1970)
EUA: Kasey Keller (guarda-redes, 29/11/1969)
TRINIDAD E TOBAGO: Ian Cox (defesa central, 23/03/1971), Russell Latapy (médio, 02/08/1968)
MÉXICO: Claudio Suarez (defesa central, 17/12/1968)
COSTA RICA: Jose Porras (guarda-redes, 08/11/1970)
SUÍÇA: Pascal Zuberbuhler (guarda-redes, 08/01/1971)
ESPANHA: Santiago Cañizares (guarda-redes, 18/12/1969)
HOLANDA: Edwin Van der Sar (guarda-redes, 29/10/1970), Philip Cocu (defesa central/trinco, 29/10/1970)
ITÁLIA: Angelo Peruzzi (guarda-redes, 16/02/1970)
ALEMANHA: Jens Lehmann (guarda-redes, 10/11/1969), Oliver Kahn (guarda-redes, 15/06/1969)
FRANÇA: Fabien Barthez (guarda-redes, 28/06/1971)
INGLATERRA: David James (guarda-redes, 01/08/1970)
COREIA DO SUL: Jin Cheul Choi (defesa central, 26/03/1971)
IRÃO: Yahya Golmohammadi (defesa central, 19/03/1971), Ali Daei (ponta-de-lança, 21/03/1969)
TUNÍSIA: Ali Boumnijel (guarda-redes, 13/04/1966)
COSTA DO MARFIM: Cyrille Domoraud (defesa central/trinco, 22/07/1971)
ANGOLA: João Ricardo (guarda-redes, 07/01/1970)