Karl-Heinz Rummenigge, presidente do Bayern Munique, revelou que o clube alemão está a considerar deixar de fazer parte do G14, o grupo que reúne alguns dos principais clubes europeus, entre os quais o F.C. Porto. Rummenigge mostra-se muito crítico da evolução da entidade, criada em 2000 para defender os interesses dos seus membros e constituir um «lobby» capaz de mover influências junto da FIFA e da UEFA.
«Não nos apetece pagar uma subscrição anual para nos sentarmos e falarmos sobre os assuntos e depois não haver desenvolvimentos», afirmou Rummenigge em entrevista à Kicker.
«Duvido que o G14 ainda faça sentido. Está a acontecer muito pouca coisa. Não há comunicação com a FIFA ou com a UEFA», prosseguindo no discurso crítico: «Os clubes do G14 só pensam em si próprios. O Calderon (presidente do Real Madrid) e os seus colegas são combatentes solitários, como os italianos ou os ingleses. No futebol manda o egoísmo puro. Há muito pouca coisa em comum entre os clubes.»
«Desde que os Abramovich (proprietário do Chelsea), Berlusconi (proprietário do AC Milan) e outros Moratti (proprietário do Inter Milão) estão no poder, o futebol está numa situação de verdadeira pobreza», afirma ainda, antevendo tempos de crise para o futebol alemão, que na sua opinião não conseguirá manter-se ao nível dos gigantes da Europa.
«O que o Werder Bremen conseguiu na Liga dos Campeões frente ao Chelsea e ao Barcelona é um milagre. Se ultrapassarem o Barcelona então será a oitava maravilha do Mundo», exemplifica o antigo jogador: «O Bremen recebeu 23 milhões de euros da televisão, enquanto o Barcelona recebeu 143 milhões.»
«Espero que a União Europeia ponha um ponto final nestes excessos», conclui Rummenigge, que defende a introdução de um tecto salarial e de um sistema centralizado de «marketing» para combater a crescente desigualdade financeira.

O F.C. Porto é um dos 14 clubes fundadores do G14, com Milan, Ajax, B. Dortmund, Barcelona, Bayern Munique, Inter, Juventus, Liverpool, Manchester United, Marselha, PSG, PSV Eindhoven e Real Madrid. Mais tarde juntaram-se mais quatro: Arsenal, Bayer Leverkusen, Lyon e Valência.