Costuma-se dizer que, quando o patrão está fora, é dia santo na loja para os empregados. Não acreditamos que fosse isso que se passasse com o Beira Mar mas a verdade é que bastou Majid Pishyar, presidente da SAD aveirense, ter vindo assistir a um jogo para que a equipa arrancasse a primeira vitória da época em casa.

No dia do tudo ou nada para Rui Bento, o iraniano compareceu nas bancadas, os jogadores uniram-se em torno do técnico e puderam dedicar-lhe o tão almejado triunfo. Foi o regresso às vitórias, oitos jogos depois, e decorado ainda com os primeiros golos da equipa em Aveiro nos últimos seis meses!

Recorde o AO MINUTO do jogo

O Beira Mar acabou por construir a vantagem ainda na primeira parte, soube aguentar o assalto do adversário, com Rui Rego a defender até uma grande penalidade, e viu o os vizinhos da Feira reduzirem já em cima do apito final.

Atrevidos e senhores de uma imagem muito positiva noutros jogos, os comandados de Quim Machado multiplicaram as dificuldades já conhecidas ao nível do ataque e resvalam na classificação, agora para baixo da linha-de-água.

Os «fogaceiros», que têm utilizado o estádio municipal aveirense para os jogos como visitados conheceram a estranha sensação de jogar fora... em casa. Nesse estádio maldito, que ainda não vira qualquer vitória de quem faz dele o seu lar e, esta época, até têm sido duas equipas. Acabou-se neste domingo.

Dobrar o cabo dos medos com Petrolina



Este era como que um jogo entre gémeos siameses tal as semelhanças entre os dois lados da barricada: uma vitória, quatro empates, quatro derrotas, os piores ataques da Liga, e a zona de despromoção ali tão perto. Não admira que o medo tenha sido o primeiro sentimento a fazer-se notar no relvado.

O Beira Mar, como lhe competia, pegou no jogo, foi para cima do adversário, que não se desorganizava. O encontro parecia um daqueles desafios entre solteiros e casados, mas apenas o capitão Hugo não parecia divorciado do futebol.

Confira a FICHA e as NOTAS dos jogadores

O marasmo terminou quando um chinês resolveu acelerar pela direita e servir Nildo Petrolina. Estava feito o mais difícil e a falta de reacção do Feirense ajudou ao resto. Artur acordou, ensaiou um passe de dança, tirando dois adversários da frente, e elevou para 2-0, mesmo em cima do intervalo.

Era a felicidade suprema, consubstancializada naquela corrida desenfreada do 7 aveirense em direcção ao banco para abraçar o técnico. Tal como o fizera o colega movido a Petrolina.

Resolver no ataque, confirmar na defesa: nem de penalty!

O Feirense só reagiu na segunda parte, já com um par de Diogos em campo que deram nas vistas, principalmente o Rosado, com apenas dois remates porque aquilo que a equipa fizera inicialmente fora tão mau que nem foi preciso muito para finalmente colocar Rui Rego à prova.

E nessa altura veio ao de cima a excelência não só de um dos guarda-redes menos batidos do campeonato como de toda a defesa auri-negra, conhecida desde o início da época pela segurança e eficácia.

Os DESTAQUES da partida

O guardião defendeu tudo, até uma grande penalidade, frente a Diogo Rosado, de longe o jogador do Feirense que mais fez pelo empate.

O voo do guarda-redes aveirense teve um efeito galvanizador e os aveirenses por pouco não chegaram ao terceiro, como se tivessem soltado amarras depois de tanto tempo sem marcarem.

A sofreguidão valeu-lhes um susto, quando Fonseca reduziu para ser logo a seguir a expulso, por acumulação de amarelos. Um final cheio de incidências mas que não colocou em causa a vitória dos amarelos e negros de Aveiro.