Numa eliminatória recheada de tomba-gigantes, o Beira Mar chamou a si as atenções ao sair do Estádio Cidade de Coimbra com a passagem aos oitavos-de-final da Taça de Portugal no bolso depois de 120 minutos de sacrifício e entrega, culminados nas grandes penalidades em que a estrela de Bruno Conceição brilhou mais alto.

O guarda-redes aveirense defendeu dois penalties dos estudantes - de Orlando e Emídio Rafael - e, apesar de não se considerar um especialista na matéria, deixou para o Maisfutebol alguns conselhos para parar remates da linha dos 11 metros: «Cada um tem a sua maneira de defender. É tudo muito relativo e há também o factor sorte. O que eu faço é tentar aguentar ao máximo e só me atirar no último segundo, escolhendo o lado para o qual a bola irá consoante a posição do pé do adversário.»
Apesar do papel decisivo que acabou por ter no desfecho da partida, Bruno Conceição não se sente mais importante do que os companheiros: «Recebi muitas felicitações de colegas e amigos mas se houve um herói, foi o grupo. Cada jogador teve a sua função determinante na partida e eu faço parte desse conjunto, o que me deixa, naturalmente, satisfeito.»
O feito do Beira Mar ganha maior relevância quando se sabe que o clube de Aveiro atravessa uma grave crise directiva e financeira a tal ponto que o plantel não recebe ordenados há quase três meses. «Orgulho-me de fazer parte deste grupo que tem demonstrado tanta força, união e profissionalismo. O papel do nosso treinador tem sido crucial nesta fase pois consegue elevar-nos os níveis de concentração ao máximo e nunca nos deixa esmorecer. Ele próprio é um exemplo de empenho e tenacidade para nós», revela o guardião, de 26 anos.