Um Sporting cheio de pressa de se despedir da pior época de sempre passou este domingo por Aveiro, qual leão voraz disposto a dar a última dentada na presa, aquela que haveria de confirmar, em definitivo, a descida de divisão do Beira Mar.

Os homens da casa, obrigados a ganhar e, ainda assim, dependentes dos resultados de outros, tornaram-se rapidamente numa vítima indefesa, ajudando também na tarefa dos comandados de Jesualdo Ferreira, mercê de uma entrada nervosa, receosa até, e bem longe da atitude que evidenciaram em jogos recentes.

A pressão foi demasiado forte e a avalanche leonina fez o resto. Adrien desbloqueou através de uma grande penalidade, tão evidente quanto desnecessária por parte de Nuno Lopes, e o instinto de Wolfswinkel terminou a obra. Os dois golos do holandês aconteceram, aliás, no espaço de dois minutos, e sentenciaram a partida.

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Sem mais para jogar senão pelo orgulho e brio profissional, porque o que está para trás não se apaga, os leões deixaram uma imagem positiva na despedida, com um jogo sério, objetivo, e eficaz, melhor conseguido na primeira parte, mas, com aquele resultado ao intervalo, o relaxamento seguinte foi mais do que natural.

O Beira Mar, ferido de morte pelos momentos fatídicos da etapa inicial, nunca conseguiu colocar em causa o triunfo leonino. Meteu o coração, quando o cérebro já não respondia, mas a «remontada» era quase impossível e, normalmente, só está ao alcance de equipas que gozam de outra tranquilidade.

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Rúben Ribeiro, ainda assim, voltou a dar alguma esperança às hostes locais com o golo do 1-3, um momento espetável, pela forma também como o Sporting, a certa altura, pareceu desinteressar-se do jogo.

A reação aveirense durou, todavia, pouco tempo. A organização defensiva dos leões ia evitando males maiores, além da capacidade de esticar, de vez em quando, o jogo até à área de Rui Rego. A terminar, o segundo golo de Adrien só serviu para confirmar a sentença.

O Beira Mar tinha de lutar contra o adversário, mas também contra si próprio, num esforço que viria a revelar-se inglório. Mais, com a conjugação de resultados, os aurinegros teriam conseguido manter-se caso tivessem vencido o jogo. O futebol tem destas ironias.