Grande jogo em Aveiro! Cinco golos, duas reviravoltas no marcador «made in Alcochete», incerteza constante e uma paixão pelo bom futebol, em velocidade e apenas a pedir mais gente nas bancadas. Num noite fria seria pedir de mais, mas fica o espectáculo que só alguns puderam testemunhar «in loco».

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Nos factos resultantes da partida, fica o assalto falhado dos vimaranenses ao terceiro lugar (terceiro jogo seguido sem ganhar) e mais um triunfo caseiro do Beira Mar, que somou 19 pontos a uma jornada do fim da primeira volta, e está definitivamente lançado para conseguir a manutenção tranquilamente. Esta época, em Aveiro, apenas o Benfica ganhou. É obra.

Um início animado deu o mote para aquilo que se haveria de seguir. O V. Guimarães com um estilo mais elaborado ia ameaçando a baliza de Rui Rego mas os donos da casa, com uma forma mais directa de jogar, mostravam-se mais objectivos e acutilantes. O «petardo» de Djamal à trave é exemplo disso e, pela coragem do jogador, ao atirar de tão longe, merecia melhor sorte.

Mas os aveirenses não precisaram de esperar muito para chegar à vantagem. Renan começou o festival e, num livre, assistiu Leandro Tatu, o goleador da equipa, para um golo de artista. A dupla viria a semear o pânico mais uma vez ou outra logo de seguida, num dos melhores períodos da equipa da casa, que já começa a fazer escola com esta capacidade de acelerar e marcar a partir do primeiro quarto de hora do jogo.

Os vimaranenses responderam bem ao golo sofrido e lançaram-se na procura do empate, obrigando os comandos de Leonardo Jardim a recuar. Edgar era o expoente máximo desse inconformismo, com vários remates que não passaram longe do alvo. O Beira Mar terminava a primeira parte em sofrimento, debaixo do fogo inimigo, mas conseguindo o objectivo de segurar a magra vantagem.

Ir à caça e ser caçado

Os minhotos mantiveram o pé no acelerador no dealbar da segunda parte, com Edson, Faouzi, recém-entrado, e Bruno Teles a testarem os reflexos de Rui Rego. Se, na primeira parte, os donos da casa ainda mostraram as garras, na etapa complementar tudo começava de forma diferente porque os vimaranenses carregaram tanto que foi preciso defender com tudo.

A ameaça branca era cada vez mais efectiva e Edgar acabou mesmo por conseguir o empate, aproveitando uma desatenção do Beira Mar. Dois minutos depois, chega a reviravolta completa, por Pereirinha. Estava tudo perfeito para a turma de Manuel Machado não fosse, a dez minutos do fim, a expulsão de Edson Sita, por acumulação de amarelos.

Num ápice, os papéis inverteram-se. O Beira Mar passou a acreditar no empate, acelerou, e foi novamente um homem vindo do banco (Wilson Eduardo), quem consumou a segunda reviravolta na partida, com dois golos que deixaram os visitantes KO. Assim veio ao de cima uma alma enorme, de uma equipa muitas vezes notícia pelas dificuldades financeiras, que derrubou o conquistador.