«Vamos entregar um pedido de abertura de um processo criminal em relação a pessoas intervenientes no caso Mateus - é evidente que isto não tem nada a ver com o processo Mateus, mas sim com os comportamentos tidos durante este mesmo processo por determinadas pessoas, nomeadamente pelo juiz Gomes da Silva e o dr. Domingos Lopes», explicou Cabral Ferreira, presidente da SAD do clube do Restelo.
O dirigente manifestou-se inconformado com «a cambalhota» que se passou entre os duas 1 e 9 de Junho quando uma votação da comissão disciplinar favorável à despromoção do Gil Vicente, como consequência do Caso Mateus, se transformou no arquivamento do processo.
Um volte-face que ditou a demissão de Frederico Cebola e Pedro Mourão, dos dois elementos que votaram contra a decisão da CD em arquivar os processos iniciados pela Académica e pelo Belenenses contra o Gil Vicente, e a consequente queda da Comissão Disciplinar que deixou de ter o número mínimo de elementos para funcionar.
O ponto de conflito centrou-se no empate que se terá verificado entre os elementos do CD e do facto do presidente da CD, Gomes da Silva, ter chamado a si o voto de qualidade, que não está previsto nos regulamentos, para decidir o arquivamento do processo.
«Achamos que estas coisas devem ser investigadas, até porque um juiz desembargador, membro da Comissão Disciplinar da Liga, afirmou parecer-lhe tratar-se de uma situação em que intervinham a Máfia e a Camorra. Ora, tanto quanto se sabe, trata-se de associações criminosas que pautam a sua actuação por actos ilícitos, tráficos de influência, extorsão, violência e outras», comentou ainda Cabral Ferreira.
O dirigente fez questão de explicar que este é um processo à parte do «Caso Mateus» que vai seguir os seus trâmites legais, que passa pelo recurso para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol.
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