Belenenses e Naval defrontam-se este domingo no Restelo, em jogo a contar para a 20ª jornada da Liga. Um reencontro de má memória para a equipa da casa, já que na época anterior, então com Jorge Jesus no comando técnico (e na 16ª ronda), apesar de ter ganho por 2-1 no relvado acabou por perder 0-3 na secretaria, num total de seis pontos de penalização por utilização irregular de Meyong.
O avançado camaronês, agora no Sp. Braga, fora cedido pelo Levante no mercado de Inverno e já depois de ter jogado pelo Albacete na mesma época, o que o impossibilitava de representar o Belenenses na segunda metade do campeonato. Na estreia não foi primeira escolha, entrou aos 55 minutos, mas assinou o golo da vitória, aos 76, na conversão de uma grande penalidade. Nem a Naval nem Ulisses Morais deixaram o assunto por ali.
Mas apesar da polémica e da súbita perda de pontos, as contas eram mais favoráveis, sobretudo, ao Belenenses. À entrada para a 20ª jornada, os azuis tinham 23 pontos (sexto lugar), mais sete que o actual grupo às ordens de Jaime Pacheco. O técnico, que substituiu Casemiro Mior no decorrer da temporada, não tem assistido a melhores resultados, contudo, a zona de despromoção é uma realidade que pode mudar frente à Naval: o importante empate conquistado em Matosinhos, depois de duas derrotas caseiras frente a Sporting e F.C. Porto, antecedidos de um empate na recepção ao Benfica, pode servir de mote numa altura difícil. Além disso, o Rio Ave, que tem os mesmos 16 pontos, perdeu 2-0 na Mata Real, enquanto o V. Setúbal, também com 16, tem uma deslocação sempre complicada aos Barreiros.
Já a Naval é 11ª com 20 pontos, menos dois que no período homólogo, mas no mesmo lugar da tabela. Depois da derrota na Figueira da Foz frente ao sp. Braga e que muito custou a assimilar aos anfitriões, a Naval não vai querer desperdiçar a oportunidade de lutar por uma posição mais confortável na tabela e dedicá-la a Ulisses Morais, internado no hospital devido a uma infecção.
Uma «pontinha de sorte» é quanto basta a Jaime Pacheco para poder ser bem sucedido, mesmo que a reduzida contabilidade entre ambos coloque a estrela de Belém sobre os visitantes: em três jogos disputados nas últimas três edições da prova, duas vitórias para a Naval, intervaladas por um empate e um processo disciplinar.
Segunda e quarta piores defesas, sexto pior ataque
Belenenses e Naval têm dos piores desempenhos no campeonato tanto na frente como no sector mais recuado. Ambos marcaram apenas 17 golos, mas sofreram muitos mais: os azuis têm a segunda defesa mais batida (30 golos), enquanto os navalistas possuem a quarta (24). Estatística que está longe de antecipar um confronto interessante e à qual se junta a dificuldade da Naval em vencer fora, o que conseguiu uma única vez.
Ulisses Morais não vai dirigir os visitantes, mas Fernando Mira, há muito habituado ao cargo de maior destaque, não deve alterar o onze que defrontou o Sp. Braga, ainda que tenha perdido. Lazaroni cumpriu castigo e está de volta, ao passo que Gilmar recuperou de lesão e integrou a convocatória.

Já Jaime Pacheco, que não vai poder contar com o lesionado Cândido Costa, deve manter a aposta em Mano na direita da defesa.
Equipas prováveis:
BELENENSES: Júlio César; Mano, Ávalos, Kiko e Tininho; Diakité; Gabriel Gomèz, Zé Pedro e Silas; Saulo e Wender.
Suplentes: Assis, Baiano, Rodrigo Arroz, André Almeida, Wender, Porta, Marcelo e Vinicius Pacheco.
NAVAL: Peiser; Carlitos, Paulão, Diego Ângelo e Daniel Cruz; Godèmeche, Hauw e Bolívia; Davide, Michel Simplício e Marinho
Suplentes: Jorge Batista, Fabrício Lopes, João Real, Lazaroni, Gilmar, Baradji, Camora, Dudu e Marcelinho.