Domingos Paciência garantiu que o incidente deste sábado, com adeptos do Belenenses a invadirem o treino, resultou apenas numa conversa tranquila com os jogadores, com vista a melhorar uma situação que não é positiva. O clube do Restelo tem a manutenção assegurada mas não atravessa uma fase boa: são já sete derrotas seguidas.

«Foi uma conversa pacífica entre adeptos e jogadores. Os adeptos pediram para falar com os jogadores. É uma situação que já aconteceu várias vezes noutros clubes. É normal. Os adeptos quererem falar com os jogadores, porque as coisas não têm corrido bem. Foi tudo normal, dentro da educação», assegurou Domingos, em conferência de imprensa.

O técnico garantiu que os jogadores querem mudar o rumo, mesmo que o próximo adversário não seja nada fácil: o Belenenses joga em Alvalade, este domingo.

«Falou-se e retive algumas coisas importantes. Um dos adeptos disse que queria que os jogadores lutassem mais, porque neste estádio já se derramou suor e lágrimas do Matateu e do Vicente. É normal que haja essa leitura dos adeptos, mas devem entender que os jogadores querem mudar este rumo», insistiu.

Sobre a situação de Abel Camará, que tem sido um dos mais visados pelos adeptos, algo que se intensificou na semana passada, com o desaire caseiro com o Paços de Ferreira (2-1), após o qual vários adeptos se insurgiram contra a SAD e os jogadores, Domingos disse que tem tentado acalmar a situação.

«O grupo não é alheio ao que o Camará está a viver. Alguma solução será tomada, mas, qualquer que seja, da minha parte, será sempre em defesa do grupo. Esse caminho vai ser tomado em prol do grupo. Sou treinador há muitos anos, fui jogador e as minhas decisões tomo-as eu. Não é por pressão que tomo decisões, é sempre em prol do grupo», garantiu.

Sobre o jogo com o Sporting, Domingos comentou: «Um bom resultado é não perder, mas sabemos que cada jogo tem uma história para ser contada. Até podemos chegar ao final do jogo e reclamar outro resultado. Sabemos que temos essas sete derrotas e espero que isso mude o mais rápido possível.»

O técnico está de volta a Alvalade, ele que treinou o Sporting em 2011/12. «Foram adeptos que me trataram muito bem e é um clube que me recebeu muito bem. No pouco tempo que lá estive, deu para sentir que as pessoas gostaram do que fiz e da qualidade de jogo da equipa. Há amigos que estão lá e é bom revê-los. Hoje em dia, no mundo do futebol, há poucas amizades, mas eu ainda mantenho algumas», contou, prometendo ainda não fazer marcação individual a Bas Dost por entender que o holandês não é jogador de desiquilibrios, mas de último toque.

«O Gelson não vai jogar, mas o Sporting tem outros jogadores que servem muito bem, com bons cruzamentos para a zona onde o Bas Dost realmente é forte. Nós temos de nos organizar de forma a que as zonas em que ele é forte possam estar protegidas», rematou.