(artigo atualizado)

Dois dias depois de começar a trabalhar no relvado, Domingos Paciência foi apresentado nesta quinta-feira como treinador do Belenenses até ao final da próxima época.

O novo técnico da equipa lisboeta estava sem trabalhar desde agosto de 2015, altura em que deixou o comando técnico dos cipriotas do APOEL Nicósia. «Tive muitos convites a longo deste período em que estive sem trabalhar. Que não aceitei por várias razões. Já podia estar a trabalhar há muito tempo», referiu, sublinhando que nenhuma das propostas que lhe chegaram às mãos era suficientemente aliciante.

Domingos Paciência admitiu que não foi fácil estar mais de um ano e meio sem treinar. «É evidente que quando se está sem treinar e se deixa de se fazer aquilo de que se gosta é normal que se sinta alguma angústia. É um estado de espírito completamente diferente», confessou.

«Já disse que era muito fácil ir trabalhar para a Índia, para a Arábia Saudita, para o Egito. Digo já que era muito fácil. A decisão que tive foi a de abraçar um projeto que, de certa forma, já o conheço em termos de ambição e que me permita sentir-me bem no dia-a-dia, porque estou perto das pessoas de que gosto», acrescentou.

Recorde-se que o técnico de 48 anos substituiu Quim Machado, mas o objetivo primordial, assumido inclusive pelo presidente da SAD, Rui Pedro Soares, é começar já a preparar as bases para a próxima temporada.

«Se era mais fácil entrar no início da próxima época? Uma coisa é chegar ao domingo e sentar-me numa bancada e analisar o rendimento de cada um. Outra é trabalhar diariamente com eles [jogadores] e conhecê-los melhor. O objetivo principal também é esse», apontou.

Domingos foi ainda questionado sobre se olha para o desafio do Belenenses como uma oportunidade para relançar a carreira, depois de algumas experiências difíceis em clubes de Portugal e do estrangeiro. «Quando abraça um projeto, um treinador corre riscos. Quem está por fora faz essa análise, mas que está por dentro, como é o meu caso, a análise que faço é que cometemos erros, nem sempre as coisas correm como desejamos, mas há uma coisa muito importante: no passado não podemos mexer. Só no presente e no futuro», rematou.