O adeus do Benfica à Liga dos Campeões (e às provas europeias) não teve mais glória do que o resto da campanha. O resultado pouco contava, é certo, mas a equipa portuguesa não conseguiu o triunfo (e um milhão de euros inerentes), nem tão pouco o outro objetivo traçado por Jorge Jesus, e que passava por ganhar opções para duelos futuros.
 
Ao esperar indicadores positivos de quatro ou cinco jogadores o técnico português até terá sido demasiado otimista. É que dar oportunidade a um jogador menos utilizado inserindo-o num «onze» mais ou menos consolidado é uma coisa, e formar uma equipa completamente remodelada é outra.
 
Por isso a expectativa passaria sempre mais pelo desempenho individual dos jogadores, do que propriamente pelo rendimento coletivo. E mesmo a este nível houve apenas uma nota claramente positiva, e do jogador com a herança mais pesada, a de Enzo. Pizzi foi, por isso, o grande destaque do encontro.
 
A dupla de centrais formada por Lisandro e César também esteve em bom plano, mas o resto dos indicadores não foram tão sólidos, e por isso Jesus não teve o que queria: Ola John e Bebé oscilaram entre o empolgante e o embaraçoso, Cristante esteve certinho mas discreto e Benito voltou a revelar insegurança. Nenhum destes jogadores conquistou pontos relevantes na luta pela titularidade.
 
E até Lima, uma presença habitual no «onze», voltou a mostrar-se perdulário, três dias depois de ter regressado aos golos. Na primeira parte teve duas ocasiões e desperdiçou ambas, sendo que na primeira só tinha um defesa pela frente, a fazer de guarda-redes, e atirou à trave.
 
Quebra interrompida pelo banco
 
No primeiro tempo o Benfica foi superior, frente a um Leverkusen com menos mudanças no «onze» mas em ritmo de cruzeiro, já com o apuramento garantido.
 
Só na etapa complementar é que a equipa alemã aumentou o ritmo, causando mais sustos a Artur, sobretudo nos primeiros minutos após o recomeço. O Benfica perdeu o controlo do jogo, nessa altura, e só voltou a subir de rendimento com as entradas de Talisca, Nélson Oliveira e João Teixeira.
 
O treinador do Leverkusen, Roger Schmidt, ainda respondeu com as entradas de Son e Kiessling, mas nos últimos minutos foi o Benfica que esteve mais perto do triunfo, num lance em que Bebé surge em excelente posição, mas vê Spahic, «in extremis», intercetar o remate.
 
O nulo persistiu, no entanto, e o Benfica despediu-se da Europa sem brilho, apesar de algumas notas positivas. O resultado acabou também por prejudicar o Leverkusen, perdido o primeiro lugar do grupo para o Mónaco. Em todo o caso a equipa alemã já tinha garantido o mais importante, que era a presença nos oitavos-de-final.