Ricardo Rocha à prova de Dady
O defesa do Benfica mostra-se em grande forma, e «agarra» o carinho que recebe das bancadas com cortes essenciais e sem cerimónias dentro da área. Não tem receio em atirar a bola em balão, ou cabecear para fora. Esta noite, Rocha anulou o que poderia haver de Dady, aquele gigante avançado do Belenenses, e ainda ajudou Léo à esquerda. Ouviu em vários momentos os aplausos das bancadas às suas intervenções, fosse em cortes de cabeça, ou em jeito de karaté. Exibição em grande estilo.
Selo grego na despedida
Uma goleada com pinceladas gregas, com Karagounis a revelar-se decisivo (este na origem de dois golos e marcou o segundo com alguma fortuna à mistura) e Katsouranis a fechar a festa, confirmando-se como o mais eficaz cabeceador da Liga ao obter o seu quarto golo desta forma. A confirmação da importância dos dois médios gregos é uma das notas positivas no balanço do ano para Fernando Santos.
Quim, esta noite ninguém lhe marcava golos
Na memória dos benfiquistas terão ficado dois momentos de Quim esta noite. Aquela defesa à queima no remate de Sandro na marca de penalty, que seria o 2-1, e depois o voo à cabeçada de Dady pouco tempo depois. Essas duas intervenções valeram a Quim este destaque porque foram duas defesas espectaculares e porque se tivessem resultado em golo poderiam fragilizar a equipa da casa. Quim respondeu bem, como fez em todos os cruzamentos e remates do Belenenses. Até naquele em que Dady atirou para golo na pequena área, mas que Quim defendeu sem saber como para o poste. Os deuses estiveram com o guarda-redes do Benfica esta noite.
Kikin, finalmente um golo
O mexicano teve no último jogo de 2006 o seu minuto de glória, ao mergulhar para o primeiro golo com a camisola do Benfica. Muito bem assistido por Nuno Gomes, Kikin só tinha de empurrar, é verdade, mas como tudo parecia correr mal ao número 17 podia acontecer a situação improvável de a bola se desviar da baliza ou alguém aparecer no meio a «chatear». Mas desta vez não, Kikin marcou mesmo, festejou como a águia Vitória, e finalmente pôde sorrir. Mas até esse minuto (52), o mexicano parecia caminhar para uma noite igual a tantas outras...
Dady falhou o que havia a falhar
Foram dele quase todas as oportunidades para o Belenenses fazer a diferença no Estádio da Luz, mas esta noite o avançado foi infeliz. Na primeira parte podia ter feito melhor quando rematou dentro da área para as nuvens com muita força, na segunda falhou o golo por duas vezes de cabeça permitindo a defesa de Quim (que também não ajudou à festa), e na mais flagrante oportunidade de golo para o Belenenses conseguiu atirar contra as pernas de Quim e contra o poste, colocando as mãos na cabeça mais tarde em sinal de desespero. E era caso para isso.
Silas e Zé Pedro queriam outra coisa
Dos pés destes dois homens saíram as jogadas mais pensadas do jogo do Belenenses esta noite na Luz. Mas se é verdade que os dois estiveram em bom plano na organização ofensiva da equipa do Restelo, também ficou a ideia que faltou sempre mais alguma coisa. Talvez um pouco da sorte que o Benfica teve esta noite ajudasse. Silas e Zé Pedro procuraram a fortuna, mas com o passar dos minutos e com o avolumar do resultado foram também deixando cair os braços e o futebol do Belenenses. E a partir daí o jogo caiu definitivamente para um lado.