«Descobri uma nova paixão». É desta forma que Manuel Dos Santos, lateral do Benfica campeão de 2005, descreve a sua nova profissão. O francês abandonou a carreira em 2008, fixou-se no Mónaco, afinou estratégias e atirou-se a uma nova carreira: hoje é consultor imobiliário numa das empresas de renome na área.

«Quando deixei de jogar pensei logo que não ia ficar parado. No primeiro ano estive sem fazer nada porque queria aproveitar o tempo com a minha família. Depois comecei a pensar em objectivos: tirar o curso de treinador e encontrar outra coisa, que fosse uma escapatória», conta Dos Santos, em conversa com o Maisfutebol.

Vender e alugar casas. Ajudar as pessoas a encontrar o lar dos seus sonhos. Tudo isto lhe pareceu um cenário bastante aceitável. «Já nos tempos em que era jogador estava ligado a este ramo. Investi um pouco do dinheiro que ganhava e como gostava disto e conhecia umas pessoas que me davam trabalho pensei: por que não? Nesta zona, no Mónaco, é um ramo que dá muito lucro», explica.

Passou um ano e Dos Santos habituou-se ao ambiente dos escritórios, do contacto com os clientes, por inversão às correrias loucas pelo flanco esquerdo. «Quando se acaba de jogar é uma passagem difícil, mas eu tive a sorte de encontrar uma nova paixão. Agora sei o que quero fazer e está um pouco mais fácil», vincou. E não deixou de sentir o cheiro da relva.

Treinador do Mónaco, enquanto o curso não termina

Para alimentar o «bichinho» do futebol, o, agora, consultor imobiliário tem um sonho: atingir um nível de destaque como treinador.

«Estou a tirar o curso de treinador e já trabalho nas escolinhas do Mónaco. O curso demora muito tempo a tirar aqui em França e só quando tiver terminado poderei pensar em algo mais. Mas mesmo um bom treinador tem momentos maus. Há grandes períodos sem treinar e daí a opção pelo ramo imobiliário», lembra.

O «amigo» Geovanni e o Benfica que «já não deve» ser campeão

Um ano e meio de águia ao peito e um título nacional que fugia ao Benfica há dez anos. Dos Santos inscreveu o seu nome na lista de campeões nacionais, sobre o leme de Giovanni Trapattoni, um treinador que, não esconde, o marcou.

«Nem foi tanto pelos treinos ou pelo que me disse. O Trapattoni marcou-me pela forma como falava connosco no dia-a-dia. Fora do campo era muito simples, alguém com quem estava à vontade para falar», recorda, antes de lembrar a grande amizade dos seus tempos de águia ao peito. «Falo muitas vezes com o Geovanni ao telefone. Éramos grandes amigos e continuamos a ser», explica.

Sobre o cenário actual, algumas nuvens negras. «O Benfica do ano passado era um pouco melhor que este. Perderam dois jogadores muito importantes e tiveram um mau início. O F.C. Porto está muito forte, o Benfica já não deve chegar lá. Qual é a diferença? Oito pontos? Pois...no futebol nunca se sabe, mas dificilmente o Benfica volta a ser campeão este ano», lamenta.

Recorde os festejos do título de 2005: