Desta vez, Saviola não era o mais pequeno em campo, mas foi, como em tantas outras ocasiões, o mais talentoso sobre o relvado e por aí se escreve a vitória do Benfica sobre o Galatasaray, na Suíça, por 2-0, em jogo particular. Jorge Jesus viu futebolistas com poucos minutos em provas oficiais e lançou alguns jovens da formação. Mas no fim, sobressai o talento do baixinho da camisola 30.

Os números de Saviola

O capitão encarnado meteu sempre a equipa em primeiro lugar e levou-a para junto da baliza de Ceylan. Foi o primeiro a pressionar os turcos, em conjunto com Rodrigo Mora, e o Galatasaray sentiu muitas dificuldades para conseguir sair para o ataque.

Apesar de ter causado perigo logo nos minutos iniciais, por Mora, o Benfica passou por ligeiro período de expectativa. Mas percebeu facilmente o que tinha pela frente e assumiu o encontro.

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Luís Martins esteve muito activo na esquerda, mas nem sempre decidiu bem. Aliás, o mesmo se pode dizer de David Simão, que teve dois remates ansiosos e que lhe saíram extremamente mal. Ia redimir-se na segunda parte.

Enquanto Capdevila mostrava qualidade nas saídas (piorou no segundo tempo), Luís Martins soltava-se à frente e dava muito trabalho à defesa oposta. Mas era Saviola o melhor em campo. E, com o nulo ao intervalo, o camisola 30 era o mais injustiçado pelo resultado.

O jogo servia para Jorge Jesus ver algumas unidades menos rodadas e, inclusive, para perceber o que valia Emerson como médio-defensivo por troca com Javi Garcia, ao intervalo.

No início do segundo tempo, Miguel Vítor fez o 1-0, após canto de David Simão. Demorou algum tempo, mas o Benfica bateu com o martelo e fez justiça na partida.

Se o primeiro dos encarnados serviu para colocar as diferenças entre as equipas no lugar, o segundo foi para distinguir Saviola. O planeta dos baixinhos não é exclusividade do 30 encarnado, mas o estádio do Servette pertenceu-lhe por completo.

Com o 2-0 e o que se via em campo, não restavam dúvidas sobre quem seria vencedor. A incerteza caía mesmo na quantidade de juniores que Jorge Jesus ia estrear.

Em tempo de crise, em alturas em que o presidente assume que pode haver menor investimento financeiro, o Benfica aproveitou para lançar em campo o futuro. No entanto, também convinha olhar para o de Saviola. É que talento assim não abunda.

Neste sábado, com a braçadeira, não precisou de gritar com ninguém para liderar a equipa. Apenas precisou de mostrar aos mais novos como se faz e que o colectivo vem sempre primeiro. Pelo que se viu, os miúdos assimilaram a lição.

BENFICA:Artur; Miguel Vítor, Jardel, Garay e Capdevila; Javi Garcia; Nolito, David Simão, Luís Martins; Saviola e Mora.

Jogaram ainda: Emerson, Cafú, Ruben Pinto, Ivo Cavaleiro e Paulo Teles.