O Benfica conseguiu esta quarta-feira a terceira vitória em outros tantos jogos, fazendo o pleno até agora e conseguindo uma motivação importante para a competição que se apresenta no calendário já em Agosto. Contudo, e tal como acontecera frente ao Saragoça, voltou a ser melhor o resultado do que a exibição. Os encarnados marcaram um golo cedo, logo aos treze minutos, num momento de inspiração de Zahovic, que de fora da área desferiu um remate implacável, e a partir daí cedeu por completo a iniciativa ao Marselha.
Depois assistiu-se a um longo recital de iniciativa francesa. O Marselha veio para a frente, jogou quase o tempo todo no meio-campo adversário, mas a verdade é que apenas criou perigo numas quatro ou cinco vezes. A defesa encarnada conseguiu ir afastando as bolas, muito devido a um excelente sentido posicional, com Amoreirinha em especial destaque, quase sempre no caminho da bola, mostrando que é um excelente reforço e uma forte opção para Giovanni Trapattoni. Nos outros momentos, quando os atacantes do Marselha foram mais fortes do que os defesas benfiquistas, valeu à formação portuguesa Yannick, ou então o pobre poder de acerto dos jogadores gauleses.
Com o correr do tempo, e com as substituições que se foram sucedendo de um lado e de outro, o Marselha tornou-se menos perigoso. O jogo nunca teve um ritmo entusiasmante, bem longe disso, foi até bem monótono, mas com as substituições tornou-se ainda mais lento e denunciado. O Marselha continuava a ter a iniciativa de ataque, mas raramente criava situações de finalização, pelo que a vitória do Benfica já parecia certa. Faltava ainda o segundo momento de génio de Zahovic. Aproveitando a desatenção da barreira francesa, que ainda procurava o melhor posicionamento, o esloveno rematou de pronto, na marcação de um livre, fazendo um golo fácil e que deixou toda a gente de boca aberta.
Mais uma vez, o Benfica fez um jogo à italiana. Muita serenidade, muita certeza nas acções empreendidas, mas pouco futebol de ataque, vistoso, empreendedor. Nas poucas vezes que chegou à baliza adversária, porém, os encarnados fizeram um golo, mostrando, como é dos livros da escola transalpina, uma eficácia assinalável. No resto, a formação da Luz foi sobretudo muito forte a defender. Neste aspecto particular, mostrou fortes credenciais o mais recente reforço encarnado, Manuel dos Santos, muito competente sobre o adversário directo.