O Benfica estreou-se em casa na Liga 2006/07 com um triunfo frente ao Nacional, por margem mínima, mas perfeitamente justificado pelo que aconteceu nos 90 minutos. E que vem agora dar mais segurança aos encarnados neste início de época de altos e baixos, além dos primeiros três pontos. Os madeirenses, pelo contrário, justificaram por que é que ainda não conseguiram um resultado positivo.
Para os encarnados, foi um final de tarde/princípio de noite de domingo com mais do que a estreia na Luz para o campeonato - foram várias. A começar pela de Simão na liga, depois de já ter envergado a braçadeira de capitão em Copenhaga. Miccoli também regressou à competição esta época para jogar quase 20 minutos.
Mas houve mais. Fernando Santos continuou sem poder contar com Rui Costa e os castigos de Manú e, sobretudo, de Nuno Gomes e Petit - com dois e três jogos de suspensão, respectivamente, para a liga - obrigaram o treinador do Benfica a fazer várias alterações no onze que tinha escolhido para a Liga dos Campeões.
Um delas deu-se com mais uma estreia. Karagounis foi «recuperado» e entrou directamente para a titularidade para fazer o lugar de Petit ao lado do seu compatriota Katsouranis. A última novidade foi a de Kikin Fonseca como o jogador mais avançado.
Fernando Santos não mexeu no «seu» 4x2x3x1 - apenas trocou as «peças». E não se deu mal. Foi compreensível que a equipa ainda não se tivesse apresentado com a confiança e tranquilidade em pleno, mas, depois de um início de jogo repartido no atrevimento, os encarnados foram-se impondo.
O golo obtido num dos muitos cantos que o Benfica conquistou acabou por trazer essa confiança e tranquilidade, mesmo que ainda não tenham repousado em pleno na equipa da Luz. O erro de Diego que permitiu a Luisão fazer golo acabou por ser o castigo máximo para uma equipa que teve muitas dificuldades para conseguir chegar com a bola perto da área do Benfica.
O 4x3x3 (que se desdobrava para um 4x2x3x1 quando em acção defensiva) de Carlos Brito foi muito inofensivo no total dos 90 minutos. Os médios estavam sempre muito preocupados em não deixar a defesa cair em desequilíbrios e estavam a maior parte do tempo mais próximos dos jogadores mais avançados do adversário do que dos da sua própria equipa.
Os extremos foram bem controlados pelos encarnados e as acções ofensivas do Nacional viveram muito do bom jogo de Bruno Amaro e das subidas de Alonso - mas este acabou muitas vezes por deixar desguarnecida a sua zona defensiva no lado esquerdo - que ainda ficou mais vulnerável depois da expulsão de Cléber.
E foram aqueles quem teve as melhores oportunidades para o Nacional. Alonso ainda no primeiro quarto de hora e à meia hora com um remate ao poste (quando já em desvantagem); Bruno Amaro já no último quarto, com uma «bomba» que Quim só conseguiu deter para a frente e que Ricardo Fernandes não teve reflexos para recargar tal foi a velocidade do lance.
Os remates de longe acabaram assim por ser a única forma que o Nacional encontrou para ir visando a baliza encarnada. O Benfica não demonstrou segurança total na defesa - às vezes houve mesmo uma certa atrapalhação -, mas para este adversário chegou.
Os encarnados conseguiram jogar bem em vários momentos do jogo e houve períodos no segundo tempo em que chegaram quase a massacrar a área contrária. A finalização continua a ter de ser trabalhada (os três pontos surgiram do canto que já se descreveu), mas até ao último toque houve coisas que o Benfica mostrou em bom nível como a utilização das faixas laterais e muitas situações conseguidas de cruzamentos e ocasiões de remate à baliza já na área.
O Nacional, em quatro jogos oficiais esta época, tem quatro derrotas: três para a Liga e uma para a Taça UEFA - todas por 1-0. Os madeirenses perderam sempre que jogaram denotando muitas dificuldades para contrariar qualquer dos adversários que se lhes deparou e tendo como expoente o facto de ainda não não terem marcado um golo em jogos oficiais.