O Benfica da Champions não atrapalhou o Benfica do campeonato, que goleou o P. Ferreira e garantiu a liderança provisória na Liga, pressionando (ainda mais) FC Porto e Sp. Braga. Após mais uma jornada europeia de sucesso, as águias seguem invictas na Luz, embaladas pela criatividade dos homens da frente.

Jorge Jesus queria humildade dos seus jogadores, receando o «efeito Champions», Luís Miguel prometeu um Paços organizado, mas nem um nem outro resistiram 90 minutos.

Sem Javi García, que se lesionou durante a semana, Matic foi o eleito, bem como Aimar, com Witsel a ficar no banco. Saviola voltou a ser aposta inicial depois da condição de suplente no Clássico e, desde o primeiro minuto, o argentino foi também o sinal mais deste jogo, sem esquecer o excelente trabalho dos compatriotas Aimar e Gaitán.

Já o treinador do Paços surpreendeu ao deixar Michel de fora do onze, uma aposta perdida, já que William lesionou-se aos 36 minutos e o melhor marcador da equipa acabou por entrar ainda na primeira parte.

A muralha erguida pelo Paços no meio-campo sofreu o primeiro abalo aos oito minutos, mas só aos 22 cairia por fim. O golo anulado ao Benfica, por fora-de-jogo mal assinalado a Cardozo, não melindrou a equipa, que chegaria à vantagem numa jogada soberba. Excelente cruzamento de Maxi, Cardozo não desistiu e desviou de cabeça sobre a linha de fundo, e, por fim, Saviola, em velocidade, a empurrar para o fundo da baliza de Cássio. Tudo perfeito, inclusive a ineficácia da defesa contrária.

«El conejo» parecia mais um diabo, endiabrado que estava nas movimentações ofensivas. Cohene, com um corte providencial, tentou adiar o bis do argentino, mas ele chegaria em cima do intervalo. Uma vez mais a defesa do Paços a comprometer, esquecendo-se do camisola 30 junto ao segundo poste. Gaitán marcou o canto e Saviola só teve de encostar para o segundo.

Estrago e emenda de Luisão

O Benfica foi para intervalo a queixar-se de uma grande penalidade de Eridson sobre Aimar e entrou na segunda com um remate de primeira de Saviola, para boa defesa de Cássio.

Estava dado o mote, o Benfica queria continuar por cima, mas primeiro teve de ficar por baixo. Uma falta desnecessária de Luisão sobre Luisinho terminou numa grande penalidade convertida por Michel, aos 52 minutos, e num curto aperto que o Benfica escusava de ter sentido.

Quase de seguida Artur evitou o empate, em nova desconcentração da defesa encarnada, que permitiu o cabeceamento fácil de Melgarejo (paraguaio cedido pelos encarnados), mas o susto serviria de embalo para uma vitória folgada.

Luisão redimiu-se do penalty com o 3-1 e, dois minutos depois (67), Nolito, que entrara para o lugar de Bruno César, encarregou-se de assinar a goleada, após assistência de Saviola. Um final que pode ser ainda mais feliz nas próximas 24 horas.