Momento: grande golo de Gaitán a acabar com as dúvidas
O jogo estava a convidar ao bocejo, com o Benfica a controlar, mas longe de dar espetáculo. Além disso, havia sempre o perigo do PAOK anular a curta vantagem, como chegou a estar perto de o fazer numa fífia de Artur na primeira parte. Era preciso um golo para serenar a equipa e as bancadas. Na sequência de um livre, Gaitán abriu as portas para os oitavos, com uma execução espetacular. Correu para a bola como se fosse atirar em força, depois travou e atirou em jeito, fazendo a bola sobrevoar o ponto mais alto da barreira e deixando Glykos pregado ao relvado. O espetáculo começou aqui, aos setenta minutos.

Figura: descanso fez bem a Gaitán
Além do grande golo, Gaitán foi o melhor em campo nos primeiros setenta minutos. O descanso na última semana fez-lhe bem para acumular a energia que hoje derramou em campo. Salvio e Cardozo, depois de longas paragens, ainda andam à procura de ritmo, enquanto Djuricic continua a sentir muitas dificuldades em encaixar-se nestas movimentações. Assim, o número vinte foi o único que conseguiu provocar desequilíbrios em velocidade, quer nos flancos, quer na zona central. Jesus pode voltar a contar ele. Está no máximo das suas capacidades.

Confira a FICHA DO JOGO

Outros destaques:

Rúben Amorim
Quantos números 6 havia em campo de vermelho? Rúben Amorim encheu o campo, aparecendo em todos os sectores, recuando para tapar buracos e subindo para ajudar na colaboração no ataque. Um jogo em cheio, com grande parte dos lances a começarem dos seus pés. Numa primeira fase recua para se colocar entre Garay e Luisão, servindo de plataforma de distribuição, enquanto a equipa decide por que lado vai empreender mais um «raid». Depois sobe à procura de uma bola solta, ajudando a manter a pressão sobre o adversário. Quando o Benfica perdia a bola era sempre o mais rápido a recuar, quase sempre nas costas de Maxi, o mais lento a voltar para trás.

Djuricic
Arrancou a grande penalidade que permitiu a Lima fazer o segundo golo e pouco mais. Andou quase sempre perdido a tentar encaixar-se entre Salvio e Gaitán, mas raramente conseguiu combinar com os dois argentinos. Perdeu demasiadas bolas, errou muitos passes e chegou a ser assobiado. Mais uma oportunidade desperdiçada pelo número dez.

Cardozo
Está lento, mal se mexe, mas a verdade é que o Benfica fez quatro remates na primeira parte, todos com a assinatura de Tacuára. O primeiro, logo a abrir o jogo, de ângulo apertado, o segundo com uma cabeçada por cima da trave, o terceiro num livre e o quarto num remate a trinta metros. Tal como Salvio, precisa de ganhar ritmo para recuperar o lugar.

Lima
Esteve menos tempo em campo do que o paraguaio, mas foi bem mais decisivo. Arrancou o livre que permitiu a Gaitán abrir o marcador e depois converteu ele próprio a grande penalidade que permitiu aumentar a vantagem.

Markovic
Continua com estrelinha. Esta noite esteve apenas meia-hora em campo, o suficiente para derramar mais um pouco de classe, com destaque para o golo que fechou o marcador. Lançado por Luisão, destacou-se na área e, perante a saída de Glykos, simulou que lhe ia fazer um chapéu, como fez na segunda-feira, antes de atirar a contar.

Katsouranis
Um bom jogo até ao lance em que é expulso por falta sobre Lima. O vermelho era incontornável, mas o defesa grego despediu-se com distinção, agradecendo às bancadas da Luz, antes de abandonar o relvado. Foi bonito.

Lino
Uma palavra para o lateral que, aos 36 anos (!), ainda corre muitos quilómetros.