Bem-vindos à Liga.

Troca de palavras, erros dos árbitros, falhanços e grandes golos. Aí está o nosso futebol!

Para o Belenenses foi o regresso e para o Arouca a estreia. Competições e ritmos diferentes ainda decidem. Ainda vão muito a tempo mas as diferenças são evidentes. Não há tempo a perder.

Esta Liga demonstra que pode ser interessante e quem sabe surpreendente. Será que vamos ter as surpresas que aconteceram na época passada?

Teremos o mesmo Sporting? Acredito que não. Em Alvalade, empolgou. Cinco golos com Montero em grande e a consistência de William a marcarem o jogo. Numa tarde soalheira, a equipa soube corresponder e os adeptos mereceram este regresso vitorioso. Nada está ganho e aí Leonardo Jardim tem papel muito importante (e tem tido) na forma como gere as expectativas. Gostei do discurso seguro e frontal. Muito trabalho para fazer como tem referido. Acreditar que é possível fazer sempre melhor, demonstrando qualidade com a paciência que é necessária.

E o Braga? Em renovação apresenta uma equipa capaz de ser novamente competitiva e com vontade de incomodar. Jesualdo sabe como fazê-lo.

O Paços e o Estoril a representarem-nos na Europa terão a mesma capacidade? Acredito mais no Estoril. Marco Silva mantém-se, fez história e com uma identidade própria, não será a Europa a desviar do caminho. Paços tem novo treinador com um grande desafio. A Liga dos Campeões exige ambição mas as expectativas externas e internas, devem ser colocadas no seu verdadeiro lugar. A realidade não é o ano passado e se for esse o pensamento a queda pode ser grande. Passos pequenos e firmes até atingir uma posição sustentada e isso não demora um ano.

No futebol não há impossíveis mas clubes como o Paços, Estoril e o próprio Vitoria de Guimarães só têm a ganhar se souberem gerir as suas (e dos adeptos) expectativas.

Na Madeira, o Benfica perdeu. Olhando para o jogo a derrota é injusta mas faltou arte e engenho. Não sei se foi o calor que se fez sentir no Funchal mas sem intensidade e dinâmica (apenas a espaços) é difícil levar de vencida um adversário como o Marítimo que fez da boa organização defensiva uma arma eficaz e soube explorar as fraquezas adversárias. Matic esteve uns furos acima dos outros mas não chega. Jesus está sob pressão, quer queiramos quer não, e ela está a ser passada para os jogadores. Não é bom.

Em Setúbal a troca de palavras dos treinadores marcou o fim do jogo. Pelo meio a «paragem» de Kieszek mudou o jogo, que não se apresentava fácil para o Porto. Quintero ajudou a resolver.

Em Olhão tudo mudou. Novos tempos e investimento estrangeiro. Com novas pessoas a liderar a SAD e injecção de capital, o clube conseguiu inscrever-se para esta temporada. Abel Xavier é o treinador e um grande desafio o espera. Com uma equipa construída a conta gotas e com tudo a ter de ser feito de novo, aumentam as dificuldades. No jogo em Guimarães faltou muita coisa e veremos como será a evolução daqui para a frente. Complicada a tarefa de Abel.

Será que conseguimos uma jornada sem casos? Difícil mas não impossível. Espero que os homens do apito estejam melhor preparados. Será que conseguimos discutir apenas os méritos e deméritos das equipas e dos jogadores? Quero acreditar que sim. O que se passou nas últimas épocas não pode acontecer. Salários em atraso? NÃO. Espero que os clubes sejam rigorosos e conscientes e que as entidades responsáveis usem de todos os mecanismos para punir quem não cumpre. Rigor e exigência têm de se sobrepor a incompetência e impunidade. Só um futebol credível e sustentável, sobrevive.

Gostei deste fim-de-semana, com os grandes a não pararem desde as 15h45 de domingo. Para terminar uma nota para as boas estreias e alguns nomes para acompanhar e seguir a sua evolução. Montero, Jose Sá, William Carvalho, Maazou, Cardozo, Derley, Pardo e Quintero.