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Rui Rangel confirmou, nesta segunda-feira, que será candidato à presidente do Benfica, nas eleições do próximo dia 26 de outubro. O juiz desembargador é o líder de uma equipa que, segundo o próprio, «marca o fim da unicidade no pensamento, do tempo da lista única, da ausência de debate, da escassez de esclarecimento, da era da opacidade e das zonas obscuras».
«Não vou dar a vida fácil à outra candidatura. Terão a obrigação de se explicar a todos os benfiquistas», acrescentou Rangel, que deixou recados a Luís Filipe Vieira. «Nunca fui sócio do nosso rival do norte nem do adversário da 2ª Circular. Nunca invocarei o sacrifício pessoal ou familiar como argumento para legitimar qualquer atitude», afirmou. «Em dez anos foram dois títulos e um estádio lindo que o líder da direção não queria, pois queria o Estádio Municipal partilhado com outro clube», acrescentou depois.
José Eduardo Moniz, membro da lista de Vieira, também não foi esquecido. Sem referir o nome do vice-presidente da Ongoing, Rangel falou no «soldado tardio». «Não deveria ter virado as costas, mas esqueceu o movimento e não cuidou da lealdade há três anos. A lealdade é uma prática e vida e não uma circunstância de conveniência. Rei fraco faz fraca a forte gente. Ameaçador, o mundo dos negócios e dos interesses ronda o Benfica. A luta pelos direitos televisivos e respetiva renegociação são demasiado tentadoras para ficarem nas mãos de quem gosta mais dos negócios e menos do Benfica», acrescentou o candidato, que falou mesmo em «liderança bicéfala».
Rui Rangel confirmou ter estado recentemente reunido com Luís Filipe Vieira, mas não quis adiantar pormenores. O líder do movimento «Benfica aos benfiquistas» mostrou-se ainda disponível para debates com o adversário antes das eleições de 26 de outubro. Em relação às informações que davam conta de que os registos do clube indicavam que era sócio há 25 anos, Rangel mostrou-se tranquilo e garantiu ter «todas as condições de elegibilidade».