Cardozo

Teve a primeira oportunidade no primeiro minuto do jogo, na marcação de um livre directo. Acertou na barreira, mas teve de esperar apenas mais dois minutos para marcar o primeiro, abrir caminho para o título e para reabrir a luta pelo título de melhor marcador da Liga igualando, desde logo, a marca de Falcao. Surgiu que nem um furacão nas costas de Gaspar para atirar a bola para o fundo das redes. O Benfica continuou a carregar, sobretudo com Saviola e Aimar, mas o paraguaio não voltou a aparecer até ao intervalo. Esteve, aliás, muito tempo fora do jogo, sempre na zona de finalização, mas sem chegar a qualquer bola. Voltou a aparecer quando a equipa mais precisava dele, depois do Rio Ave empatar. Primeiro com uma cabeçada ao lado, depois com o golo que devolveu a vantagem ao Benfica e que o colocou definitivamente à frente da lista dos melhores marcadores. Vinte anos depois, o Benfica volta a ter um melhor marcador. O último tinha sido Rui Águas em 1990/91.

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Saviola

Só lhe faltou um golo para coroar tamanha exibição. Foi uma seta apontada em permanência à baliza de Carlos, com remates fora da área ou, até com mais frequência, em corrida. Não lhe faltaram oportunidades, com destaque para um lance em que surgiu destacado na área, mas mediu mal o «chapéu» com que tentou «cumprimentar» o guarda-redes angolano. Com rápidas combinações com Aimar, abriu caminho para o interior a área, mas surgiu-lhe sempre um último obstáculo que não lhe permitiu o remate final. Chegou a marcar, de cabeça, mas estava em posição irregular e não valeu.

Carlos Martins

O primeiro remate à baliza da partida foi o mote para o que aí vinha. Carlos Martins personificou a alma com que o Benfica entrou em campo, com uma exibição plena de garra e vontade de vencer que rapidamente se contagiou aos seus companheiros. Apresentou-se sobre a direita no início do jogo, mas rapidamente trocou de flanco com Ramires, por indicação de Jesus, para animar a ala que costuma estar entregue a Di María com rápidas combinações com César Peixoto, Pablo Aimar e Saviola. Quase sempre ao primeiro toque, com inteligência, a abrir espaços quase impossíveis no meio de tantas pernas. Destacou-se ainda na recuperação de bolas, surgindo de forma discreta por trás dos adversários, para os desarmar, com um só golpe, sem falta, permitindo ao Benfica continuar a carregar. Na segunda parte, mesmo com a entrada de Éder Luís, continuou a impor a sua lei sobre a esquerda. Saiu pouco depois e a sua ausência fez-se notar. O Benfica perdeu intensidade, deixou-se levar pela festa e permitiu o empate.

Ricardo Chaves

Uma boa desmarcação, um pequeno impulso e¿pausa na festa. O médio silenciou o Estádio da Luz com o golo do empate do Rio Ave. O título não estava em risco, porque a igualdade continuava a ser suficiente, mas deixava o Benfica no limite. A equipa sentiu isso e os adeptos também. Durante alguns minutos, um silêncio ensurdecedor percorreu as bancadas. Aumentou-se o volume dos rádios para saber novidades da Choupana e sentia-se uma enorme tensão que só o segundo golo de Cardozo permitiu soltar.

Wires

Apenas onze minutos em campo e esteve em dois lances capitais do jogo. No primeiro, logo aos três minutos, falhou o alívio na jogada que permitiu ao Benfica abrir o marcador. No segundo, numa disputa de bola com Ramires, agrediu o brasileiro de forma intencional, nas barbas de Jorge Sousa. Viu o inevitável vermelho e deixou a equipa ainda mais diminuída.

Luisão

Mais uma exibição personalizada do capitão dos encarnados. Não teve muito trabalho a defender, mas foi uma figura sempre presente no jogo. Foi muitas vezes à área contrária, nos lances de bola parada, tentar a sua sorte e esteve muito perto e marcar.