A águia Vitória, que antes de todos os jogos do Benfica costuma descer do tecto do Estádio da Luz até ao relvado para dar corpo ao emblema dos encarnados, falhou este sábado o voo habitual. Mas não se inquietem os adeptos benfiquistas que nada de anormal se passa com a ave de rapina; foram apenas contingências do espectáculo, a que o animal ainda se está a habituar, como explicou o treinador Juan Bernabé.
«Não nos podemos esquecer que as águias não costumam voar de noite. Os focos de luz eram tão potentes que o animal ficou encandeado», explicou Bernabé revelando que se fez «um teste depois do jogo e ela aterrou». Contingências que não são novas no Estádio da Luz e em relação às quais Vitória já deveria estar habituada, como já o provou outras vezes. «Ela não gostou das bailarinas [as super águias (humanas), que estavam a desempenhar a sua coreografia no meio de música e plumas vermelho-e-brancas]. Com elas lá no meio a Vitória não foi», esclareceu por fim o treinador.
É preciso ter em conta que assim que se tira a carapuça para a águia poder ficar a ver (e, neste caso, poder então encetar o seu voo) esta sua capacidade visual é muitas vezes superior à do olho humano e qualquer pormenor (que para nós é visto muito ao longe, como a dezenas de metros de distância) é para ela muito bem definido e, com este cenário, «é sempre uma incógnita o voo de uma águia à noite e perante milhares de pessoas num relvado», explicou Bernabé.
Vitória é ainda uma águia jovem, com os seus 11 meses de idade, e o período de habituação está ainda em progresso, não havendo razões para preocupações em relação à dedicação do animal à causa benfiquista. «Depois de uma exibição em dia de jogo, ela dorme sempre no relvado», contou o treinador, pois Vitória «gosta muito do estádio».
«Sem jogos há sempre muita calma. Lá fora é que há muita gente que a pode assustar», destacou Bernabé para explicar que Vitória, «quando vê o estádio reconhece-o perfeitamente» já o tendo como «a sua segunda casa» e que o voo vitorioso da águia do Benfica na Luz, apesar deste percalço, vai continuar já que a ave de rapina «sente-se à vontade» no papel que dela é esperado.