Rui Costa não se conseguiu despedir dos relvados com o apuramento para a Liga dos Campeões, mas ainda assim a festa de despedida foi bonita, como merecido. O Benfica fez o que lhe competia e venceu o V. Setúbal, mas os adversários directos cumpriram. A festa não foi total, mas terminou com um adeus emocionado a uma carreira imensamente brilhante. O «maestro» não marcou nenhum golo, mas isso pouco importa. Esteve em destaque naquilo que sempre o destacou: na classe com que joga e faz jogar...nas assistências.
Embalados pela vontade de dar um final feliz à carreira de Rui Costa e também por um golo madrugador do Boavista, em Alvalade, o Benfica entrou na partida muito dominador. O primeiro tempo foi jogado praticamente no meio-campo do Vitória, que apostou no contra-ataque, com Pitbull solto na frente e Elias e Bruno Gama a fechar as alas. Léo Bonfim, em estreia absoluta, foi o defesa esquerdo.
Logo nos primeiros minutos Eduardo viu duas bolas passarem bem perto do seu poste direito. Primeiro Edcarlos (4m) e depois Léo (6m), sempre de cabeça. O Benfica, com Nuno Assis a titular, exercia uma boa pressão, mas parecia faltar algum dinamismo na frente de ataque para chegar ao golo. Aos 24 minutos a bola chegou mesmo a entrar na baliza, mas Nuno Gomes, assistido por Rui Costa, estava em posição irregular.
Dois minutos depois o Benfica marcou mesmo. Rui Costa, novamente na assistência, com um cruzamento na direita, e Katsouranis, ao primeiro poste, a elevar-se mais que Filipe Gonçalves (mesmo sem tirar os pés do chão), e a marcar o primeiro. Curiosamente, nesta altura já o Sporting tinha virado o resultado frente ao Boavista.
O Vitória esboçou depois uma resposta, e provocou dois calafrios junto à área encarnada, mas Edcarlos e Luisão resolveram o assunto, sem que Quim chegasse a ser verdadeiramente incomodado (27m).
Rui Costa voltou a estar em destaque pouco depois, com um remate de pé direito que passa bem perto do poste. Não era desta que o «maestro» conseguia um golo para a despedida.
Mas se o homem da noite não ia conseguindo marcar, contribuía para o resultado com assistências. Aos 40 minutos deu a bola a Cardozo e o paraguaio, com espaço à entrada da área, disparou uma das suas «bombas». As «águias» iam para o intervalo a vencer mas com uma má notícia: Nélson lesionava-se e era rendido por Maxi Pereira.
À procura do golo até ao momento das lágrimas
A segunda parte começa com Rui Costa intensamente à procura de um golo para a despedida. Só que Eduardo não estava para aí virado, e defendeu vários remates do «dez» encarnado (52 e 59m). Pelo meio Katsouranis isolou Nuno Gomes, mas o guarda-redes sadino voltou a negar o golo com uma grande defesa. Eduardo era a grande figura da partida nesta altura, e aos 67 minutos voltou a negar o golo a Rui Costa e logo de seguida defende a recarga de Nuno Gomes, que tinha tudo para marcar.
Nesta altura o Benfica já contava com a criatividade de Di Maria, que rendeu Nuno Assis, mas a partida, na recta final, tornou-se menos interessante. O Vitória subiu mais no terreno, mas Pitbull, a principal figura, não estava em noite inspirada. A seis minutos do fim o avançado sadino ainda testou Quim, de livre, mas pouco mais.
Rui Costa continuava no seu festival privado, com túneis aos adversários e assistências, mas a baliza e o golo pareciam cada vez mais distantes. O médio parecia já esperar pelo momento da substituição. Foi ao minuto 84. Um minuto que os benfiquistas aguardavam, para a homenagem, mas que ao mesmo tempo não queriam ver chegar, para que Rui Costa nunca deixasse de jogar. Mas aconteceu. Fica a saudade de quem gosta de ver grandes jogadores.
O resto do jogo já pouco interessava, mas Nuno Gomes ainda fez o 3-0. A homenagem ao «Maestro» prosseguiu para além do apito final.
Obrigado Rui, de todos os adeptos do futebol!