Rui Costa
Colocar Rui Costa no topo da lista não foi favor algum ao médio encarnado. Mereceu-o a todos os níveis. Não só porque a noite marcou o final de uma longa carreira enquanto jogador, mas, sobretudo, porque Rui Costa foi mesmo o melhor em campo. Mais de 54 mil adeptos encheram as bancadas da Luz para se despedir do camisola 10 e, dificilmente, esquecerão este domingo, marcado por muitas lágrimas, dentro e fora do relvado. A faltar ficou o golo que Rui Costa tanto procurou, seria o sexto no campeonato, não conseguiu e saiu aos 86 minutos para uma ovação única. Até então fora uma formiguinha, apesar dos 36 anos e mais de metade no principal escalão nacional e italiano. Assistiu Nuno Gomes no golo anulado aos 24 minutos, dois depois fez o mesmo a Katsouranis, desta feita a valer. Aos 28 quase, quase, marcou, mas a bola saiu ao lado. Perto do intervalo, ainda esteve na jogada que culminou no bis dos encarnados, por Cardozo, aos 40. Na segunda parte, foi Eduardo quem impediu o médio de deixar o relvado com um golo, aos 52, 54 e 67. Disse adeus a quatro minutos do fim e entregou a última camisola 10 ao pai, Vítor, afinal o principal responsável.
Katsouranis
O médio grego regressou à titularidade após um jogo de castigo e para voltar ao meio-campo, a sua posição de origem. Exibição sólida, tanto a defender como a atacar, coroada com um golo, aos 26 minutos, após cruzamento do seu futuro director desportivo. Aos 52 tentou retribuir a oferta na primeira parte ao camisola 10, mas Eduardo negou o golo. Pouco depois, fez uma bela assistência para Nuno Gomes, que terminou com mais uma grande defesa do guarda-redes do V. Setúbal.
Cardozo
Um golaço daqueles merece ser destacado. Fantástico o remate do paraguaio, pleno de força e categoria, aos 40 minutos. Uma bomba de longa distância a isolar Cardozo no segundo lugar dos melhores marcadores do campeonato, com 13 golos na época de estreia na liga portuguesa e praticamente sem férias.
Nelson
Foi triste o final de época para Nelson, esta noite e até ao intervalo, altura em que foi forçado a sair devido a lesão, um dos melhores em cena. Esteve muito seguro na sua ala, ainda que o Vitória não oferecesse grande perigo, mas foi um lutador durante 45 minutos, fabricando cruzamentos perigosos para a área e mesmo um remate directo à baliza (44). A lesão impediu-o de deixar a melhor imagem junto dos adeptos, que nem sempre foi a melhor.
Eduardo
Mais uma boa exibição de Eduardo, apesar dos três golos sofridos. Foram todos à queima e o guarda-redes português não conseguiu acorrer a todos os remates perigosos que chegaram à sua baliza. Foi o principal responsável por Rui Costa não ter marcado na noite de despedida. Aos 52 travou o remate do médio encarnado, aos 54 defendeu dois tiros de uma assentada, primeiro de Nuno Gomes e na recarga... Rui Costa; aos 67, mais um tiro de Rui Costa e mais uma recarga, desta feita de Nuno Gomes, a ficarem pelo caminho. Um desmancha-prazeres!
Léo Bonfim
Estreia absoluta do defesa do Vitória, que somou os primeiros minutos na prova. O castigo de Auri abriu-lhe a porta da titularidade, já que Carlos Carvalhal, com Adaldo no banco, optou por colocar um central na lateral esquerda, ficando Robson e Hugo com o eixo. Não entrou nervoso, melhorou com a saída de Nelson e até deixou boas indicações, excepto quando simulou uma falta de Cardozo dentro da sua grande área.