O Vitória de Setúbal assustou a Luz, com um golo madrugador, mas o Benfica respondeu à altura, com uma goleada (4-1) que garante o estatuto de campeão de Inverno. É um título que pouco ou nada vale, é certo, mas a equipa de Jorge Jesus justificou (também neste jogo) a liderança isolada da Liga, no final da primeira volta.

Bruno Ribeiro tinha dito, na antevisão do encontro, que o Benfica era a equipa portuguesa que melhor futebol praticava. Esta talvez nem tenha sido o mais deslumbrante, mas terminou com mais um triunfo sólido, o adjectivo que melhor caracteriza a equipa.

Cardozo foi a figura do encontro, com dois golos que lhe permitem ultrapassar Baba no topo da lista de melhores marcadores, mas acabou por ser expulso já perto do final.

Cardozo lidera a reacção ao susto

O Benfica entrou mal no jogo, o que deu prejuízo logo aos seis minutos. Um lance duplamente infeliz de Luisão deu vantagem ao Vitória. Com um corte de recurso, de calcanhar, o capitão encarnado acabou por colocar a bola nos pés de Neca, à entrada da área, para depois trair Artur com um desvio decisivo, na sequência do remate do médio sadino.

A equipa visitante soube povoar o meio-campo, sobretudo na fase inicial do jogo, criando dificuldades a um adversário fragilizado nesse sector, sem Javi e Aimar. Só aos quinze minutos é que o Benfica reagiu, com uma «bomba» de Cardozo que Diego conseguiu desviar.

Aos poucos, o Benfica foi aumentando o caudal ofensivo. Rodrigo começou a procurar espaço em zonas mais recuadas, e Witsel foi subindo de rendimento. E com entrega, pragmatismo e eficácia, a equipa encarnada conseguiu inverter a situação. Um lance mal resolvido pela defesa sadina permitiu a Nolito empatar o jogo, após passe de Witsel (24m). E depois apareceu o poder de fogo de Cardozo, a permitir que o Benfica fosse para o intervalo com dois golos de vantagem. Mesmo pressionado, o paraguaio conseguiu fazer a diferença na área (33 e 45m).

«Tacuara» mancha a exibição, depois do golpe final

O terceiro golo acabou por dizimar as esperanças da formação setubalense, que apenas esboçou uma reacção no início da segunda parte, mas sem grandes sustos para Artur. Jesus aproveitou para promover o regresso de Gaitán à competição, e o argentino fez a assistência para o quarto golo, apontado por Matic. O sérvio continua sem conseguir fazer esquecer Javi García (não é fácil, diga-se), mas conseguiu o primeiro golo de águia ao peito (71m).

Os últimos minutos abriram espaço a algumas distracções benfiquistas (Jardel e Matic, por exemplo), mas foi Cardozo a dar uma má notícia a Jesus. «Tacuara» simulou uma grande penalidade, a sete minutos do fim, e viu o segundo cartão amarelo (segunda expulsão da época).