Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, envolveu o F.C. Porto na assinatura de um acordo com Moretto segundo o qual o guarda-redes ficaria em Setúbal até 2007, saindo depois como jogador livre. O presidente do Benfica deu a sua versão sobre o atribulado processo de contratação do guarda-redes, esta segunda-feira apresentado na Luz, com contrato até 2011.
«Uma empresa chamada Unifoot, penso que é o senhor José Caldeira, fizeram este contrato no qual o Moretto recebeu um cheque de adiantamento, à revelia do V. Setúbal. Se fosse avante ele seria recompensado por uma verba mensal que lhe permitiria estar no clube até 2007 e o V. Setúbal não iria ser ressarcido», afirmou Vieira, agitando as folhas do contrato a que aludia: «O que está aqui em causa é o F.C. Porto, foi feito dentro desse clube e demorou cinco horas.»
Vieira conta que falou com Moretto no final do ano e que este lhe disse que iria para o Benfica, tendo no entanto manifestado preocupação com «as pressões, ameaças e chantagens» de que seria alvo.
Vieira falou ainda de Vítor Dinis, com quem terá tido uma altercação no aeroporto no Brasil e que depois foi agredido em Lisboa por seguranças do Benfica. Acusando esse português de trabalhar para Caldeira, o presidente do Benfica falou em pressões para evitar que embarcasse. «Ontem tudo fizeram dentro do aeroporto para eu não embarcar com ele. A nossa sorte, se calhar, foi sermos as primeiras pessoas a fazer o check-in e o voo ser TAP. Se não fosse estou convencido que não teria conseguido embarcar», prosseguiu.
Sobre o episódio ocorrido já depois da sua saída do aeroporto da Portela e em que Vítor Dinis foi agredido, Vieira nada comentou, limitando-se a dizer: «Pensava que ia fazer outra pergunta... Lamento que seja essa a sua preocupação.»