O Benfica procura esquecer a alegria provocada por mais uma vitória na Liga e o aumento da probabilidade de conquista do título nacional. Chegou a hora de pensar na Liga Europa e nem a vantagem garantida na Holanda serve para diminuir a concentração.

O golo solitário apontado por Salvio obriga o AZ a procurar a reviravolta no Estádio da Luz. Um empate basta para o Benfica mas há duas páginas na história da competição ao alcance dos encarnados e tal facto pode servir como motivação extra.

Na eliminatória anterior, depois de vencer o Tottenham em Inglaterra (1-3), a equipa de Jorge Jesus não conseguiu repetir o desfecho em sua casa. A igualdade (2-2) foi suficiente para atingir o objetivo mas o Benfica quebrou um ciclo de vitórias consecutivas na prova como visitado. Assim, ficou com dez, o mesmo número alcançado pelo Atlético de Madrid.

Desta vez, os encarnados podem ultrapassar a formação da capital espanhola e reservar um lugar sem companhia na história da competição, iniciada em 2009.

O Benfica tem nesta altura 23 triunfos na Liga Europa, igualando o recorde que estava na posse…ao Atlético de Madrid. Os portugueses atingiram a marca em 34 jogos, os espanhóis precisaram de 38.

Na quinta-feira, se vencerem o AZ Alkmaar, as águias podem voar livremente para o lugar de destaque na prova na UEFA, já que o At. Madrid está na Liga dos Campeões. Mas não está em causa apenas uma página. 



Um golo pelo melhor ataque da Liga Europa

Um triunfo só é possível através da obtenção de golos e, se isso acontecer, a equipa de Jorge Jesus passa a ser a mais concretizadora da história da Liga Europa.

Em solo holandês, Salvio apontou o 64º golo do Benfica na competição, em 34 jogos. Mais um recorde igualado, já que o melhor registo pertencia ao PSV Eindhoven, com o mesmo número de tentos em 42 jogos realizados. A formação de Arias e Schaars foi eliminada na fase de grupos e não pode ampliar a marca.

Os adeptos encarnados ficarão a torcer por um golo que distinga a equipa de Jorge Jesus como a mais concretizadora da Liga Europa.



O choque perante o Ajax como aviso

Não faltam aperitivos para mais uma noite de festa no Estádio da Luz mas cada medalha tem o seu reverso e o Benfica precisa de saber gerir o excelente resultado conquistado fora de casa.

Para toda a regra surge uma exceção e esta tem um pormenor curioso: a única reviravolta consentida pelos encarnados após vitória fora de Portugal foi perante uma formação holandesa.

O AZ Alkmaar não será o Ajax de Johan Cruijff mas, em 1969, o Benfica de Otto Gloria tinha nomes como Eusébio e Coluna que não foram capazes de segurar a vantagem garantida na primeira mão. 
 
Naqueles quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus, o Ajax venceu por 3-1 na Luz após ter perdido pelo mesmo resultado em Amesterdão. Os regulamentos abriram caminho para um jogo de desempate em campo neutro.

Em Colombes (Paris), após um nulo nos primeiros 90 minutos, Cruijff deu o mote e o sueco Inge Danielsson bisou para afastar o Benfica da prova. 3-0 e uma despedida inglória do Estádio Olímpico Yves-du-Manoir.

Serve de aviso. O Benfica tem via aberta para as meias-finais da Liga Europa e está perto de dois recordes absolutos na competição. Mas do outro lado estará um AZ Alkmaar a procurar inspiração nestas imagens.