Foi uma noite em que tudo correu mal, esta em que o Benfica se estreou na edição de 2023/24 da Liga dos Campeões.

Depois da campanha na temporada transata, a águia entrava na Prova Milionária com outros pergaminhos, mas entrou a perder, em casa, com aquele que provavelmente é o adversário menos forte desta fase de grupos: o Salzburgo.

Roger Schmidt, um velho conservador, repetiu o mesmo onze que venceu pela margem mínima em Vizela, no sábado passado. Mas esses onze rapidamente passaram a dez. Já lá vamos.

Vertigem, a sorte de uns, o azar de outros

Esta equipa do Salzburgo é jovem e irreverente. E por isso entrou na Luz descomplexada e ofensiva. Vai daí, e porque o Benfica também tem uma identidade ofensiva, o jogo começou no meio do caos – e da vertigem.

FILME E FICHA DE JOGO.

Logo aos dois minutos, penálti para o campeão austríaco, depois de uma saída precipitada de Anatoliy Trubin: Konaté, no entanto, não foi eficaz e atirou por cima.

Bola cá, bola lá, e os encarnados acertaram no poste, por João Mário. Na recarga, Musa acertou num defesa. E porque o futebol tem destas coisas, logo a seguir o Benfica complicou, e muito, a tarefa.

Bah não esteve bem no passe, Trubin não esteve bem na saída e Otamendi, em esforço, ainda evitou o golo num primeiro momento. Só que a bola foi caprichosamente para a baliza, tocou na barra e António Silva, no desespero, fez mão. Novo penálti e expulsão.

Simic desta vez não desperdiçou e os comandados de Schmidt ficaram com uma montanha por escalar. Mas não se negaram ao trabalho.

Di María em grande, mas um duelo perdido com Schlager

Comandados sobretudo por Di María, o Benfica reagrupou-se – já sem João Mário e com Morato ao lado de Otamendi – e fez uma primeira parte em crescendo, mesmo com um a menos. Um filme já visto, por exemplo, no Bessa.

O problema é que o final da história foi mesmo.

Schlager defendeu tudo o que havia para defender, com maior ou menor dificuldade, e do outro lado Simic voltou a fazer estragos, logo no início da segunda parte. Morato não ficou bem na fotografia, Aursnes também não, e o croato de 20 anos foi altruísta o suficiente para oferecer o 2-0 a Oscar Gloukh, aos 51 minutos.

A montanha ficou ainda maior para o Benfica, e as pernas mais curtas. Schlager ainda fez mais um par de defesas interessantes, mas foi só.

A águia não se deu bem com a vertigem e entrou com o pé esquerdo na Champions: para Schmidt, não é dramático, mas é preocupante.