A Procuradoria-Geral da República (PGR) explicou esta terça-feira, em comunicado, a operação em que foram detidos Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica, e um funcionário judicial que exerce funções nos Tribunais de Guimarães e Fafe.
Segundo a PGR, «investigam-se os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, violação do segredo de justiça, favorecimento pessoal e falsidade informática».
«No inquérito indicia-se a prática de acessos por funcionários a diversos inquéritos em segredo de justiça para obtenção de informação sobre diligências em curso, informações que eram depois transmitidas a assessor da administração de uma sociedade anónima desportiva a troco de vantagens», acrescenta o comunicado.
A PGR divulga ainda que «foram cumpridos seis mandados de buscas domiciliárias, um mandado de busca a gabinete de advogado e 21 mandados de buscas não domiciliárias».
Nas buscas estiveram presentes um juiz de instrução criminal, dois procuradores-adjuntos, inspetores da PJ e peritos informáticos.
A Polícia Judiciária (PJ) tinha adiantando que foram realizadas trinta buscas nas áreas do Porto, Fafe, Guimarães, Santarém e Lisboa que levaram à apreensão de relevantes elementos probatórios, e envolveram cerca de 50 elementos, e, segundo a TVI, só no Estádio da Luz esteve uma equipa composta por 40 agentes.
O inquérito encontra-se em investigação na 9ª secção do DIAP de Lisboa (secção distrital), com o apoio da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ e colaboração do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça
«No âmbito da operação foram detidos dois suspeitos que serão sujeitos a primeiro interrogatório judicial, para aplicação de medidas de coação», adianta a PGR.
Leia o comunicado da PGR na íntegra:
«No âmbito de um inquérito da 9ª secção do DIAP de Lisboa (secção distrital) investigam-se os crimes de corrupção passiva, corrupção activa, violação do segredo de justiça, favorecimento pessoal e falsidade informática.
No inquérito indicia-se a prática de acessos por funcionários a diversos inquéritos em segredo de justiça para obtenção de informação sobre diligências em curso, informações que eram depois transmitidas a assessor da administração de uma sociedade anónima desportiva a troco de vantagens.
Foram cumpridos 6 mandados de buscas domiciliárias, 1 mandado de busca a gabinete de advogado e 21 mandados de buscas não domiciliárias.
Nas buscas estiveram presentes um juiz de instrução criminal, dois procuradores-adjuntos, inspectores da PJ e peritos informáticos.
O inquérito encontra-se em investigação na 9ª secção do DIAP de Lisboa (secção distrital), com o apoio da PJ-UNCC e colaboração do IGFEJ.
No âmbito da operação foram detidos dois suspeitos que serão sujeitos a primeiro interrogatório judicial, para aplicação de medidas de coacção».