O empate no clássico há uma semana já tinha deixado o caminho aberto para o Benfica, mas a goleada ao Gil Vicente (5-0) deixou as contas do título ainda mais claras, não tanto na classificação, mas por ser cada vez menos credível que a equipa da Luz venha a perder quatro pontos em três jornadas. A diferença de três pontos para o FC Porto mantém-se, mas agora só faltam três jornadas para o final e a equipa de Jorge Jesus, com dois jogos em casa, só precisa de somar duas vitórias para reclamar o título. Mais certo, depois desta ronda, é que o Sporting já não pode descer abaixo do terceiro lugar. A Champions será sempre para os três grandes, mas falta ainda definir quem vai ao «play-off». Mais complicada está a luta pela Liga Europa e, entretanto, o sensacional Boavista também já festejou a permanência.



Mais do que vencer em Barcelos, o Benfica fez uma demonstração de força, com uma exibição de qualidade e uma mão cheia de golos, sem deixar espaço para se comentar a arbitragem de João Capela. «O Benfica ganhou porque é melhor, vai à frente porque é melhor», atirou Jorge Jesus no final. Ainda sem Salvio, o treinador surpreendeu ao lançar Sulejmani, mas foi Maxi Pereira a grande figura do jogo com dois golos marcados, ao lado de Jonas que, com mais um golo, manteve intensa a pressão sobre Jackson na luta pelo título de melhor marcador da Liga [o brasileiro empatou com o colombiano neste jogo, mas o avançado do FC Porto marcou mais um no dia seguinte]. Enfim, uma vitória que mantém o Benfica em excelente posição na classificação e que, ao mesmo tempo, deixa o Gil Vicente numa posição muito delicada, ainda no penúltimo lugar e com a perspetiva de, na próxima jornada, visitar o Dragão.

O momento da jornada: Jackson responde a Jonas

Com esta vitória, o Benfica também passava a pressão para o Bonfim onde, no domingo, ia jogar um FC Porto que tinha perdido quase tudo no mês de abril. Depois da goleada na despedida da Champions, em Munique (1-6), e do empate no clássico (0-0), a equipa de Julen Lopetegui estava obrigada a voltar às vitórias para, pelo menos, adiar a festa dos adversários e, ao mesmo tempo, reforçar o segundo lugar. De mangas arregaçadas, a equipa do Dragão venceu num palco simpático onde não perde há 32 anos e onde venceu nas últimas quinze visitas. Brahimi abriu o marcador e Jackson, já em tempo de compensação, voltou a destacar-se de Jonas na luta pelo melhor mercador [18 golos contra 17].



A vitória permite ao FC Porto voltar a reduzir a diferença para o Benfica para três pontos e aumentar a distância sobre o Sporting para seis, mantendo a vantagem na luta pela qualificação direta para a Liga dos Campeões que pode confirmar já na próxima semana quando receber o Gil Vicente.

A figura da jornada: Maxi Pereira, mística de sangue latino

O Sporting, por seu lado, garantiu que já não desce abaixo do terceiro lugar ao bater o Nacional (2-0) no Estádio de Alvalade com dois golos de Montero, num jogo em que Marco Silva voltou a deixar claro que, nesta altura, os leões já têm o foco todo apontado para a final da Taça de Portugal. O treinador manteve a defesa habitual, mas mudou tudo o resto para a frente, poupando os habituais titulares. Uma oportunidade bem aproveitada pelo avançado colombiano que alcançou Slimani no número de golos marcados na Liga (11) e ultrapassou mesmo o argelino no número de golos na presente temporada (14 contra 12).



Um golpe duro para o Nacional nas suas pretensões europeias. Aliás, um golpe duro para a Madeira, uma vez que o empate caseiro do Marítimo diante do Arouca (1-1) deixou os dois emblemas madeirenses mais longe do sexto lugar, o último que dá acesso à Liga Europa.

A equipa da 31ª jornada: Benfica com quatro jogadores

Neste capítulo, a noite de segunda-feira tinha uma palavra importante a dizer. E o Sp. Braga arrumou já o assunto. O empate em Paços Ferreira, com golo de Éder no último suspiro, aliado à derrota do Belenenses com o Rio Ave, assegurou a festa da equipa de Sérgio Conceição: pelo menos o quinto lugar está garantido. Selou também o sexto como lugar europeu, e aí a ronda 31 adensou a confusão: Paços e Belenenses ambos com 43 pontos, mais um que o Rio Ave. Com 40 o Nacional, 38 o Marítimo.



Mais abaixo, no que diz respeito à luta pela manutenção, desta vez foi a vez do Boavista de Petit a fazer a festa. Com a vitória sobre o Moreirense (3-1), a equipa do Bessa chegou à fasquia dos 33 pontos e, no 13º lugar, ganhou vantagem a todos os que estão abaixo.

A frase da jornada: o dia mais feliz de Petit

Penafiel e Gil Vicente continuam a ocupar os lugares mais indesejados, mas Académica, Arouca e V. Setúbal também continuam com a corda no pescoço.