A crónica de Turim
Com o desaire desta quarta-feira, os encarnados passaram a ter tantas decisões perdidas como a Juventus (oito), mas os italianos atenuam esse registo com a conquista de seis troféus. O Benfica é o sétimo clube europeu com mais presenças em finais, mas é também o que tem pior aproveitamento, com apenas duas vitórias em dez, 20 por cento de sucesso. À frente dos encarnados, estão Barcelona (17 finais, 11 vitórias), Real Madrid (16/11), Milan (14/7), Juventus (14/6), Bayern Munique (12/7) e Liverpool (11/8). Logo atrás, vêm Ajax (9/6) e Inter (9/6). E, por um contraste que, nestas circunstâncias, os adeptos encarnados vão considerar ainda mais amargo, o FC Porto tem o dobro dos troféus conquistados em metade das presenças no jogo decisivo.
A tripla histórica que Jesus não conseguiu
A oitava derrota encarnada em dez presenças em finais em provas da UEFA vai servir para relançar, nos próximos tempos, a lenda da maldição de Bela Guttmann. Mesmo que, para isso, dê jeito esquecer que o técnico húngaro se referia muito especificamente ao estatuto de campeão europeu, na altura em que trouxe a público as divergências com o Benfica – e que estivesse muito longe de suspeitar que haveria, 52 anos depois da sua saída da Luz, uma prova chamada Liga Europa, a cuja decisão o Benfica chegaria por duas vezes consecutivas.
Jesus: «Penáltis não é só questão de sorte, também é qualidade»
Claro que, quem se der ao trabalho de procurar coincidências terá sempre pretexto para encontrá-las. Como em Estugarda, há 26 anos, o Benfica voltou a perder uma final europeia nos penalties, depois de 120 minutos a zero. E como em Estugarda, há 26 anos, os encarnados podem queixar-se de baixas importantes, antes e durante o jogo. Mas o paralelismo acaba aí: nem a Liga Europa é uma Taça dos Campeões, por mais que haja tendência a relegar esse facto para segundo plano, nem este Sevilha é equipa comparável a esse PSV que, um mês depois formaria a base da Holanda, campeã europeia em seleções.
A oitava derrota encarnada em dez presenças em finais em provas da UEFA vai servir para relançar, nos próximos tempos, a lenda da maldição de Bela Guttmann. Mesmo que, para isso, dê jeito esquecer que o técnico húngaro se referia muito especificamente ao estatuto de campeão europeu, na altura em que trouxe a público as divergências com o Benfica – e que estivesse muito longe de suspeitar que haveria, 52 anos depois da sua saída da Luz, uma prova chamada Liga Europa, a cuja decisão o Benfica chegaria por duas vezes consecutivas.
Jesus: «Penáltis não é só questão de sorte, também é qualidade»
Claro que, quem se der ao trabalho de procurar coincidências terá sempre pretexto para encontrá-las. Como em Estugarda, há 26 anos, o Benfica voltou a perder uma final europeia nos penalties, depois de 120 minutos a zero. E como em Estugarda, há 26 anos, os encarnados podem queixar-se de baixas importantes, antes e durante o jogo. Mas o paralelismo acaba aí: nem a Liga Europa é uma Taça dos Campeões, por mais que haja tendência a relegar esse facto para segundo plano, nem este Sevilha é equipa comparável a esse PSV que, um mês depois formaria a base da Holanda, campeã europeia em seleções.
Mais do que às pseudo-profecias de um treinador zangado ou à qualidade de um adversário que, neste caso, pareceu sempre acessível a um Benfica na sua versão mais completa e competente, é aos erros e limitações próprias que a oitava deceção encarnada consecutiva se deve atribuir.
Refira-se, a fechar, que com o desfecho desta quarta-feira se confirmou um ano perfeito para as equipas espanholas na UEFA: nenhum adversário de outro país se lhes impôs na fase a eliminar, já que Bétis, Valencia e Barcelona foram afastados por equipas do mesmo país e que a decisão da Champions será entre os dois grandes de Madrid.
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