Ivan Dudic tem dificuldade em explicar o que correu mal no Benfica. Chegou à Luz depois de três anos no Estrela Vermelha e de ter participado no Campeonato da Europa de 2000 ao serviço da Jugoslávia, quando tinha apenas 23 anos, mas nunca conseguiu impor-se na equipa.

O início da primeira época, apesar de Heynckes ser o treinador quando foi contratado e quando chegou à equipa, começou mal devido ao cansaço, argumenta Dudic. A partir daí as coisas nunca mais se endireitaram. «Tive um grande ano em 99/2000, com 60 jogos entre Campeonato e Taça da Jugoslávia, Taça UEFA, selecção de sub-21 e selecção principal. Participei no Campeonato da Europa da Holanda e da Bélgica e tive apenas cinco dias de férias. Comecei logo a trabalhar, achei que estava bem na pré-época, mas na verdade estava com cansaço muscular e mental», confessa ao Maisfutebol, em entrevista realizada em Belgrado.

E nem o facto de Heynckes ser teoricamente o treinador responsável pela sua contratação fez com que o alemão insistisse na aposta em Dudic. «Não sei quem me observou, mas sei que o Benfica esteve em sete ou oitos jogos meus, na selecção e pelo Estrela Vermelha. Acho que um dos primeiros problemas que tive no Benfica foi o passaporte. Não era comunitário, não tinha mulher ou pais portugueses para me naturalizar. Sempre disse isso na brincadeira, mas na verdade a minha situação foi mais complicada por ser estrangeiro.»

Os motivos para não jogar estão mais ou menos identificados. Quanto à dispensa do plantel principal, Dudic admite ter sido vítima da mudança de Direcção, no final de 2000. «Foi Vale e Azevedo que me contratou e também não sei se isto não foi um problema. A nova Direcção trocou a equipa toda, só ficaram lá o Miguel, o Carlitos e o Moreira, talvez seja por isso que também saí.»

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