Gonçalo Ramos transferiu-se para o Paris Saint-Germain e o Benfica ficou sem o avançado titular para a Supertaça, marcada para esta quarta-feira, frente ao FC Porto.

Na despedida dos encarnados, o internacional português confessou que deixar Lisboa nesta altura «vai ser duro», mas sublinhou que surgiu «uma boa oportunidade», que nem o clube nem o próprio puderam controlar.

«Não se sabe quando é que estas oportunidades podem aparecer outra vez. Eu quis abraçar este projeto novo», afirmou o avançado de 22 anos em entrevista aos meios de comunicação das águias, onde surgiu com uma camisola autografada pelos ex-companheiros.

«Eu e o presidente [Rui Costa] falámos sempre sobre a situação, não só sobre esta situação em particular, mas sobre tudo. Ele está sempre em contacto connosco. Apareceu a oportunidade e eu falei com o míster [Roger Schmidt] e com o presidente de forma que fosse bom para todas as partes: para mim e para o Benfica», frisou.

«É uma situação muito delicada, mas que pode acontecer. A Supertaça está marcada para uma altura de mercado e ninguém consegue controlar o mercado. Nem eu, nem o Benfica, nem ninguém podemos escolher se a proposta chega hoje, amanhã ou um dia antes. E depois, é uma situação que vai além de mim e das exigências de cada clube», completou.

Apesar de deixar a Luz, Ramos destacou que os reforços têm «muita qualidade» e «podem fazer a diferença».

«O ambiente e a união que há no grupo é mais importante do que os treinos serem bons, intensos e de qualidade. Esse aspeto ainda está melhor do que na época passada, porque, com o tempo, só tem tendência para melhorar», destacou.

O internacional luso salientou ainda o encaixe perfeito com Roger Schmidt na temporada passada, que lhe deu uma nova função na equipa.

«Eu e outros jogadores integrámo-nos uma ou duas semanas mais tarde, devido às seleções. No primeiro dia, em Inglaterra, o míster Roger Schmidt chamou-me à parte, apresentou-se, explicou-me o modelo de jogo e disse: 'eu conto contigo'. Na altura havia rumores que eu podia sair, mas eu não queria. Ele disse que eu encaixava no modelo de jogo, que eu era a aposta dele para ponta de lança e que contava comigo. A partir daí ficou fechado que, se eu continuasse a trabalhar e a render, era o ponta de lança para a época 2023/24 do Benfica», recordou.

«Eu encaixei perfeitamente na ideia de jogo do míster, porque na formação joguei a médio, que está relacionado com o jogo associativo, mas, também, nas alas e a ponta de lança, onde me tornei um jogador intenso na pressão e taticamente inteligente. Depois, aprendi com ele o que tinha de aprender e hoje sou muito melhor jogador do que era no início da época passada», disse ainda.

Ramos reconheceu também que o Benfica, na temporada passada, se «divertia a jogar» e destacou o dia da conquista do 38.º título como o melhor momento de 2022/23.

«Eu tentei sempre aproveitar aquilo que foi surgindo e aquilo que me foram dando... dando não, porque ninguém dá nada, mas o que fui conquistando com o meu trabalho. Foi quase o trajeto perfeito, para não dizer que foi mesmo perfeito. Comecei no Algarve, no CFT, e escalei todos os anos. Fui conquistando títulos, tanto torneios como títulos nacionais, ingressei na Equipa B, nos Sub-23 e sagrei-me campeão na equipa principal, que é o objetivo final», resumiu.