Muitos jogos depois, perante o pelotão de fuzilamento – de fotógrafos, repórteres de imagem e jornalistas, leia-se -, João Félix recordou os remotos tempos em que o pai meteu gelo nessa ideia e o levou de volta ao futebol, depois de lhe ter passado pela cabeça a ideia de desistir.

«Houve uma altura, nos sub-12, quando ainda estava no FC Porto, que deixei de ter prazer no futebol e pensei experimentar outros desportos», voltou a lembrar, numa «conversa improvável» com o apresentador Rui Maria Pêgo.

Para quem acompanha o desporto-rei, poderá parecer que se passaram cem anos e para muitos será difícil imaginar a solidão que seria viver sem o futebol do novo menino bonito do Benfica.

Mas a sorte de quem se tem deliciado com o talento de Félix é que ele já olha para o futuro e não tem receio de sonhar. E na hora de sonhar e de falar dos seus sonhos, João volta a ser apenas um menino de 19 anos.

«Quantas Bolas de Ouro posso ganhar? Eu quero ganhar todas, mas isso não dá», respondeu num encolher de ombros de quem ainda tenta habituar-se a ser o centro que todas as objetivas procuravam.

E foi também a versão «mero jovem adolescente», aquela que respondeu sobre o impacto que jogar ao mais alto nível teve no sucesso com as raparigas, ou no número de seguidores nas redes sociais, questões colocadas pelo apresentador do evento promovido pela marca que o patrocina, nesta segunda-feira.

«Sim, trouxe algum sucesso», despachou, envergonhado sobre as raparigas que o procuram. «Nas redes sociais acho que tenho 270 mil seguidores, ou algo por aí», retorquiu.

Numa conversa que fugiu ao que é norma com jogadores de futebol, como aliás estava prometido à partida, uma outra questão quase fez João Félix cair da cadeira, mas ele lá se esquivou a tempo, da mesma forma que tem feito nos relvados nacionais.

«E nudes, devem enviar-te muitas, não?», provocou Rui Maria Pêgo, sobre as imagens de nus enviadas pelas redes sociais.

«Sim, enviam algumas… mas eu rejeito todas», devolveu com um sorriso.

Mais adulta, foi a resposta que deu sobre se podia vir a ser «o novo Ronaldo».

«Isso é cedo para se dizer. Quando se poderá saber? No final da minha carreira», devolveu, mostrando coragem perante o tal pelotão de fuzilamento.