John Textor revelou a sua estranheza por a administração da SAD do Benfica alegar não ter sido informada por Luís Filipe Vieira da compra de 25 por cento das ações.

Numa entrevista à TVI e ao Sol, o investidor norte-americano, que está em Portugal, deu detalhes sobre a sua recente visita ao estádio da Luz, já depois de ter chegado a acordo com o empresário José António dos Santos, então principal acionista privado dos encarnados.

«Acho muito surpreendente que a administração do Benfica não esteja a par das negociações. Mas, se eles dizem isso, tenho de acreditar. Visitei o estádio e a BTV, colocaram-me um pin no casaco, conheci funcionários do clube. Conheci a águia. Aliás, as três águias. Deram-me camisolas para os meus filhos... Portanto, nada foi feito às escondidas. Isso não é propriamente uma visita secreta. Acho difícil o presidente não ter alertado a administração», afirmou, acrescentando: «Eu podia ter comprado as ações e dizer são minhas, mas publicamente pedi esta aprovação por parte da administração e eles responderam "agora não é a melhor altura"».

Textor esclareceu que negociou a compra de 25 por cento de ações do Benfica com José António dos Santos e que apenas esteve com Luís Filipe Vieira numa reunião de meia-hora: «Negociei com o senhor José António dos Santos e fechei um acordo com ele. O contrato foi feito por mim. Só no dia seguinte a assiná-lo pedi para ser recebido pelo senhor Vieira ou alguém da direção para ter a certeza que era bem recebido. Estive com Vieira meia-hora em reunião com ele».

O milionário da Florida afirma que o projeto do Benfica lhe foi apresentado por Laurie Pinto, banqueiro de investimento sediado em Londres, e que entretanto conheceu Carlos Janela, que estava a trabalhar em parceria com Laurie como intermediário do negócio.

Sobre os processos judiciais e a recente detenção do até há pouco presidente do Benfica, Textor esclareceu: «O que soube sobre Vieira é que era um grande líder do clube há muito tempo. Há muitas questões a responder, mas cada um tem direito à sua defesa. Este clube é mais forte do que uma pessoa. Acho que o mundo nem repara se os sócios elegerem um novo líder. A equipa entra em campo e a vida segue.»