«Felizmente a equipa reagiu bem ao golo do Nacional e conseguiu calar os assobios. Os adeptos têm de apoiar-nos sempre, não é só quando estamos bem. Quando estamos menos bem também.»
 
Jorge Jesus não gostou de ouvir o Estádio da Luz assobiar a equipa: aconteceu nos minutos finais, quando a formação encarnada já vencia por 3-0.
 
A notícia aqui é que não foi apenas um ou outro assobio. Foi um coro bastante audível.
 
Para além do caso particular, que neste caso até pode ser injusto - o Benfica já garantira a vitória e com momentos de algum fulgor -, o que fica das declarações do treinador é a renovação de uma polémica antiga: os adeptos podem ou não assobiar a própria equipa?
 
Uma polémica que seguramente não leva a lado nenhum, até porque as duas partes têm argumentos fortes.

Por um lado, os adeptos são os únicos intervenientes no estádio que não são remunerados: ao contrário de jogadores, treinadores e dirigentes, os adeptos não têm nada a ganhar com as vitórias do clube além de uma felicidade genuína. Pagam para estar ali, o amor deles é incondicional e isso legitima as frustrações naturais.
 
Por outro lado, os assobios funcionam sempre contra a equipa: deixam os próprios jogadores nervosos e motivam os rivais. O ambiente passa de uma vantagem a uma desvantagem.
 
Os dois argumentos são verdade. As declarações de Jorge Jesus serviram por isso apenas para ficar a saber de que lado está o treinador.